Em uma manhã da década da década de 1990, ao passar pelo prolongamento da Avenida Vicente Machado, o fotógrafo se deparou com obras no Centro de Ponta Grossa. Equipes da Prefeitura trabalhavam na composição das calçadas em petit-pavé, nas imediações do Terminal Central de Ônibus. Os trabalhadores atuavam na instalação de um novo parque urbano – o futuro Parque Ambiental. Nos primeiros anos, o Parque Ambiental foi criticado por ter muita calçada e pouca árvore. Mas, houve um tempo em que nem calçada tinha.
PG antes e depois
Naquele dia, o fotógrafo se posicionou diante de onde, em breve, seria instalada uma passarela para permitir a travessia segura entre dois pontos, separados pelo prolongamento da Avenida Vicente Machado.
Dali mesmo fez o registro. Uma mulher e uma criança desafiavam a ausência de calçada, pisando sobre a areia. Os ônibus da Viação Campos Gerais (VCG), à época brancos com faixas em azul, mantinham os mesmos movimentos de entra e sai que continuariam a fazer nas décadas seguintes.
A imagem foi compartilhada recentemente no grupo Ponta Grossa Memória Viva, administrado pelo Diário dos Campos e portal DCmais no Facebook. A autoria da foto se perdeu (se alguém souber, favor nos informar para darmos os créditos). Segundo a VCG, o terminal de ônibus foi inaugurado em 1993. De acordo com a prefeitura, o Parque Ambiental foi inaugurado em 1996, permitindo supor que a foto foi feita nesse período. A comunidade que integra o grupo Ponta Grossa Memória Viva acrescentou informações:
“As calçadas de patit-pavé do Parque Ambiental foi meu pai e tios que fizeram lá em 96 e 97”, comentou Ironeu Santos. “Meu primeiro emprego foi na inauguração do terminal. Fiscal de ônibus”, disse Simone Aparecida Maciel.
Mudanças em quase 30 anos
De volta quase ao mesmo local, neste junho de 2023, o fotógrafo do DC, José Aldinan, mostra as mudanças de PG antes e depois. A guarita do terminal passou para debaixo da cobertura do setor de embarque e desembarque: mais conforto para os fiscais. Gradis amarelos buscam evitar a travessia insegura por pedestres, no trecho onde os ônibus, há mais de três décadas, se deslocam em mão-inglesa.
Pinheiros que compunham a lateral da Praça João Pessoa sumiram, deixando agora ver os lambrequins da lateral da Estação Saudade. Um trecho em grama deu lugar a mais calçadas. Uma lixeira pede para os transeuntes não deixarem lixo no chão. Enquanto o Edifício Princesa, ao longe, ostenta uma nova pintura que segmenta sua estrutura fatias horizontais, tendo o topo finalizado por um conjunto de antenas de vários tipos. É Ponta Grossa, quase três décadas após terem sido feitas as calçadas do Parque Ambiental.
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