Houve um momento em que o espaço antes ocupado pelas Indústrias Wagner ficou tomado pelos escombros. Após a demolição da fábrica, apenas a chaminé, adormecida, permaneceu como espécie de símbolo, e acabou protegida como patrimônio histórico.
A chaminé como testemunha
Nesta semana, uma foto antiga compartilhada no grupo Ponta Grossa Memória Viva, administrado pelo portal DCmais no Facebook, destacou a presença da chaminé. De seu ponto mais alto, ela foi testemunha das modificações no entorno: surgiram hotel, supermercado, biblioteca, conservatório, escolas.
A mesma foto mostra que, não muito longe da chaminé, uma árvore colaborava para dar aspecto verde à vizinhança. Separadas pela Rua Frederico Wagner, a estrutura artificial de tijolos e a natural, em madeira, pareciam conversar entre si. Talvez o assunto fosse a curiosa contradição de uma indústria que trabalhava com madeira, instalada no bairro que ficou conhecido pelas olarias de fabricação de tijolos.
O diálogo puramente visual entre chaminé e árvore foi interrompido em algum momento entre 2011 e 2012. Está aí o Google Street View para nos provar. Quis o destino que a árvore tivesse crescido, justamente, onde seria erguido o muro da Escola Municipal Djalma de Almeida César. Em meio a obras de construção civil (com tijolos), a fotossíntese foi interrompida. Talvez uma avaliação técnica tenha apontado que a árvore já tivesse sua estrutura comprometida.
Ficou a chaminé, foi-se a árvore, no lugar da qual hoje estão luminárias de um jardim. Ao lado, outras pequenas mudas de árvores foram plantadas, na expectativa de um dia atingirem a altura de sua antecessora, ainda que se sabendo para sempre menores que a chaminé.
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