Parado, com os olhos fixo para o Bairro Uvaranas, está o busto em homenagem a Duque de Caxias. A figura histórica ganhou o apelido de “Duque de Ferro”. Mas, em Ponta Grossa, o monumento é de bronze. A estátua carrega um feito quase tão heroico quanto aqueles que são atribuídos ao militar: é uma das poucas que resistiu ao vandalismo, e não foi furtada ao longo dos últimos anos, permanecendo no mesmo local há, pelo menos, sete décadas.
Se pudesse nos contar o que viu nesse tempo, a figura imponente do monarquista talvez agradecesse por finalmente estar aproveitando um pouco de sombra, já que no início a praça era só arbustos e gramado. Se, por um lado, as árvores protegem do sol, por outro, também impedem de ver o horizonte.
Além delas, o posto de táxi, os semáforos e a movimentação de veículos, não deixariam o Duque perceber que mais um supermercado foi instalado a poucos metros. Talvez o quinto ou sexto no mesmo local em quatro décadas.
À distância, ele talvez lamentaria a retirada do canteiro central da Avenida Carlos Cavalcanti, resultado do aumento no fluxo de veículos. Pensaria em elogiar a araucária diante da Igrejinha, mas que agora disputa atenção com um edifício de 23 andares.
Em meio ao vai-e-vem de veículos entre a Rua do Rosário e a Rua Comendador Miró, a figura permanece inerte, dividindo espaço com uma ou outra pichação, com desenhos da calçada petit-pavé encobertos pela poeira, e com os postes que mantêm características de antigamente. Os modelos republicanos são bonitos embora, talvez, o Duque preferisse os coloniais.
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