Em uma das transcrições telefônicas dos suspeitos na Operação Saturno, do Gaeco de Ponta Grossa, apresentada pelo Ministério Público no documento que solicita os mandados de prisão, busca e apreensão sugere que o vereador e presidente da CPI do Estar, Ricardo Zampieri, estaria preocupado se a falta de unanimidade entre os membros da comissão não geraria suspeita.
Zampieri (Republicanos) conversa com o vereador Valtão (PRTB) sobre o tema e chega a citar o Gaeco. Os dois personagens da ligação telefônica estão presos, o primeiro temporariamente (5 dias), e o segundo preventivamente (30 dias).
Confira o diálogo
Ricardo Zampieri (presidente da CPI do Estar):
– Mas pelo fato de a gente não ter maioria o Gaeco não vai investigar? Porque ficou elas por elas, ficou meio a meio.
Valtão (relator da CPI do Estar):
– Não, porque ele vai ter até o dia vinte e nove pra dar o parecer dele, que daí ele vai assinar junto conosco, mas depois.
Zampieri:
– Entendi. Por mim pode ser o que vocês quiserem. Se você quiser protocolar e o Zé Augusto* disse que dá pra fazer, por mim indiferente.
Valtão:
– O Zé Augusto disse que não tem problema.
Zampieri:
– Então tá bom.
Valtão:
– E aí protocolamos daquele jeito mesmo…
Quebra de sigilo
A investigação do Gaeco, deflagrada nesta terça-feira (15) com o nome Operação Saturno, quebrou o sigilo telefônico de vários investigados. Ao todo, 16 pessoas são representadas na ação judicial e sete delas estão presas em Ponta Grossa.
- José Augusto, citado por Zampieri, é o procurador-jurídico da Câmara de Vereadores.
As informações foram extraídas de uma peça do processo judicial, comprovadamente autêntica, que circula nas redes sociais e aplicativos de mensagens.
Por Felipe Liedmann
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