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Bairro Jardim Carvalho foi primeiro a saber que PG era cidade

Anúncio de criação de freguesia foi lido pela primeira vez em missa de Natal

Foto de pista de caminhada no Parque Monteiro Lobato, no Bairro Jardim Carvalho, em Ponta Grossa
Parque Monteiro Lobato, no Bairro Jardim Carvalho / Foto:José Aldinan

Prestes a completar 200 anos de existência, o município de Ponta Grossa ainda tem muito para ser descoberto, incluindo sua própria história. Cada bairro teve uma forma única de surgir e se desenvolver, e seus nomes indicam um pequeno fragmento desse passado. O Bairro Jardim Carvalho, por exemplo, tem esse nome em homenagem à Família Carvalho, que morou nas imediações de onde hoje fica o campus central da UEPG.

Perto do atual Colégio Estadual Meneleu de Almeida Torres havia uma chácara. Quando Dom Pedro I assinou a criação da “Freguesia de Sant’Anna de Ponta Grossa”, em 15 de setembro de 1823, foi no atual Bairro Jardim Carvalho que ocorreu a primeira leitura da ata de criação da localidade.

Bairro Jardim Carvalho

A narrativa está em trecho de livro que compõe coleção a ser lançada pela escritora Isolde Maria Waldmann, nesta semana, em Ponta Grossa. “A região da atual Vila Vilela contou com a histórica Casa da Telha. Era uma estrutura feita pelos fazendeiros da época, para que o padre viesse rezar a missa. Isso porque a Capela Santa Bárbara era muito longe. Então, fizeram uma casa coberta de telha com um altar e, com galpões próximos para que os tropeiros e viajantes pernoitassem”, contou a autora, em entrevista ao Diário dos Campos e portal dcmais.

Segundo ela, os documentos mostram que, em 25 de dezembro de 1823, o padre veio de Castro para rezar a missa de Natal. Em determinado momento, na Casa da Telha, foi pedido licença para a leitura da ata de criação da Freguesia, que deu origem à data oficial de surgimento do município. “A Vilela foi o primeiro local que ouviu as vozes dando os vivas, e parabenizando a criação da Freguesia”, relata Isolde.

Jardim Carvalho hoje

O Bairro tem um dos principais parques municipais: o Parque Monteiro Lobato, que leva o mesmo nome da sua principal avenida. A avenida Monteiro Lobato é rica em comércio e um dos principais pontos de entrada e saída da cidade, importante ligação com os municípios de Castro e Carambeí. A região conta com pelo menos dois grandes supermercados, além de praças, e do campus Ponta Grossa da Universidade Tecnológica Federal, no entorno do qual se constrói o Polo Ecotecnológico da cidade.

Isolde Maria Waldmann

Isolde Maria Waldmann nasceu em Campo Alegre (SC), em 31 de Março de 1940. Mas foi em Ponta Grossa que viveu, estudou e trabalhou a maior parte de sua vida. Durante 26 anos trabalhou na Prefeitura de Ponta Grossa, onde atuou nos segmentos de Saúde (como auxiliar de Enfermagem), Educação e Cultura (assistente cultural). É professora de História, especializada em História do Brasil. Lecionou por vários anos em Pitanga e em Ponta Grossa. Tem 26 livros editados e 10 antologias de participação. É membro perpétuo da Academia de Letras dos Campos Gerais (ALCG) e membro efetivo da Academia Ponta-grossense de Letras e Artes (APLA). Atualmente reside na Vila Ana Rita, no Bairro Uvaranas.

Foto da escritora Isolde Maria Waldmann, autografando um de seus livros
Isolde Maria Waldmann, escritora e pesquisadora dos bairros de Ponta Grossa / FOTO: José Aldinan

Coleção

Isolde Maria Waldmann escreveu 15 livros que contam parte da história dos bairros de Ponta Grossa. O DC realizou, com base em sua pesquisa, uma série de reportagens com o mesmo tema. A autora considerou legislação em vigor até o início dos anos 2000, motivo pelo qual deixou de abordar o Bairro Piriquitos (vizinho aos bairros Chapada e Boa Vista), cuja criação legal só ocorreu em 2009. Os livros da coleção são produção independente, e podem ser adquiridos diretamente com a autora, pelo telefone (42) 3222-2213.

Confira a história de todos os bairros de Ponta Grossa

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