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Bairro Estrela presta homenagem ao céu de Ponta Grossa

Bairro Estrela teve sua formação atrelada à instalação de imigrantes italianos

Evelina recorda o tempo em que o bairro ainda tinha poucas casas / Foto: José Aldinan

Ao longo de sua história, a cidade de Ponta Grossa teve diversas denominações. Foi nomeada Pitangui. Foi apelidada “Princesa dos Campos”. E, bem antes de tudo isso, nos tempos do tropeirismo, recebeu o nome “Estrela”. Em meio a todos os trâmites que envolveram a escolha definitiva do nome, acabou prevalecendo Ponta Grossa. Mas uma chácara decidiu homenagear a escolha deixada para trás. A Chácara Estrela se tornou referência como indicação geográfica, e deu origem ao Bairro Estrela.

Bairro Estrela de Ponta Grossa

A explicação é descrita no livro “História do Bairro Estrela”, de autoria da escritora Isolde Maria Waldmann. “Houve um tempo em que foi sugerido que Ponta Grossa se chamasse Estrela, porque tinha um céu muito estrelado e a colina que recebeu a Catedral dava vista para todo lado”, detalha Isolde.

A maior parte da atual área do bairro pertenceu ao Padre Anacleto. Entre 1830 e 1880, ele comandou a construção e manutenção da nova igreja matriz de Ponta Grossa. Segundo a pesquisadora, os imigrantes italianos José e Margarida Moro adquiriram a Chácara do Padre Anacleto no final dos anos 1890 e construíram uma residência no local onde hoje está a Igreja Nossa Senhora da Saúde.

Igreja Nossa Senhora da Saúde fica no centro do Bairro Estrela

Evelina Moro, 63 anos, é descendente de portugueses e alemães, mas herdou de seu falecido marido, Osmario Moro, o sobrenome dos italianos que primeiro ocuparam o bairro. “Quando casei, em 1977, vim morar no Bairro Estrela. Era tudo mato. Hoje tem prédios residenciais e muitas casas”, compara. Seus filhos são descendentes daqueles que deram os primeiros passos na formação da região, na qual ela reside até hoje.

Filhos de Evelina Moro descendem dos imigrantes que ajudaram a formar o bairro / Foto: José Aldinan

Paralelepípedos

A região possui até hoje uma área conhecida como “Pedreira dos Moro”. Do local, no início do Século XX, foram extraídas as pedras pretas usadas para pavimentar boa parte da cidade. Os paralelepípedos até hoje são vistos em algumas ruas de calçamento, ou quando se rompe asfaltos em ruas centrais da cidade, em períodos de chuva mais intensa.

Panorama atual

O Bairro Estrela é hoje valorizado em função de seu alto índice de pavimentação, também por estar próximo ao Centro e em virtude de sua infraestrutura em geral. Conta com o antigo Hospital da Criança (atual Humai-UEPG), clínicas médicas e odontológicas, pequenos centros comerciais. Tem uma das vilas mais valorizadas: o Jardim América. Possui o Clube Guarani, referência em esporte e lazer, além de praças. Seu desenvolvimento tem relação com a criação de um conjunto de chácaras, que obrigaram à construção de novas ruas e residências no entorno.

Isolde Maria Waldmann

Isolde Maria Waldmann nasceu em Campo Alegre (SC), em 31 de Março de 1940. Mas foi em Ponta Grossa que viveu, estudou e trabalhou a maior parte de sua vida. Durante 26 anos trabalhou na Prefeitura de Ponta Grossa, onde atuou nos segmentos de Saúde (como auxiliar de Enfermagem), Educação e Cultura (assistente cultural). É professora de História, especializada em História do Brasil. Lecionou por vários anos em Pitanga e em Ponta Grossa. Tem 26 livros editados e 10 antologias de participação. É membro perpétuo da Academia de Letras dos Campos Gerais (ALCG) e membro efetivo da Academia Ponta-grossense de Letras e Artes (APLA). Atualmente reside na Vila Ana Rita, no Bairro Uvaranas.

Foto da escritora Isolde Maria Waldmann, autografando um de seus livros
Isolde Maria Waldmann, escritora e pesquisadora dos bairros de Ponta Grossa / FOTO: José Aldinan

Coleção

Isolde Maria Waldmann escreveu 15 livros que contam parte da história dos bairros de Ponta Grossa. O DC realizou, com base em sua pesquisa, uma série de reportagens com o mesmo tema. A autora considerou legislação em vigor até o início dos anos 2000, motivo pelo qual deixou de abordar o Bairro Piriquitos (vizinho aos bairros Chapada e Boa Vista), cuja criação legal só ocorreu em 2009. Os livros da coleção são produção independente, e podem ser adquiridos diretamente com a autora, pelo telefone (42) 3222-2213.

Confira a história de todos os bairros de Ponta Grossa

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