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Bairro Contorno recepcionou imperador em Ponta Grossa

Fotos: José Aldinan

O Bairro Contorno, em Ponta Grossa, tem esse nome há pouco tempo quando se compara com os quase dois séculos desde a criação da cidade. A denominação faz referência direta a sua localização, permeada de entradas e saídas para as localidades que o contornam. O atual Núcleo Santa Paula se liga a várias outras regiões. Desde o início, o trecho era referência de entrada para quem vinha de Guarapuava, cruzando o atual Bairro Ronda. Também foi onde o imperador Dom Pedro II parou, em 1880, em visita a Ponta Grossa.

Bairro Contorno

A narrativa está em um dos livros que detalham a história dos bairros de Ponta Grossa, de autoria da escritora Isolde Maria Waldmann, e que serão lançados em evento na tarde de hoje, na Mansão Vila Hilda.

Dom Pedro II e sua comitiva receberam carruagens especialmente cedidas pelo engenheiro Carlos Leopoldo Philipowski. Os veículos foram usados para que o imperador visitasse as colônias, incluindo a Colônia Tavares Bastos. No local de sua pausa foi erguido um marco, em propriedade privada que ganhou o nome de Chácara Refúgio dos Nobres. O imóvel é tombado pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (Compac), e atualmente pertence ao juiz Dr. Paulo Hilgemberg.

A chácara não é aberta a visitação pública, mas Hilgemberg autorizou a entrada da equipe do Diário dos Campos e portal dcmais para os registros fotográficos. Há uma casa em madeira que preserva suas características originais, e o marco da visita do imperador. “A placa foi retirada pelo bispo Bom Geraldo Pellanda, não sei por quê”, conta Hilgemberg. De acordo com a escritora, no local haviam 50 casas de madeira, construídas em 1876 para alojar os imigrantes alemães do Volga.

Atendimento em saúde

O Bairro Contorno atualmente também é referência no atendimento em saúde. A primeira Unidade de Pronto Atendimento 24 horas do município foi instalada no local, na entrada do Santa Paula. Parece coisa do destino. Conta a história que, durante a visita de D. Pedro II, o carro imperial teve problemas, e a imperatriz Thereza Cristina sofreu um acidente. Ela precisou ser levada de volta para o Centro de Ponta Grossa para receber atendimento médico. Tivesse sido hoje, talvez fosse encaminhada à UPA Santa Paula.

Isolde Maria Waldmann

Isolde Maria Waldmann nasceu em Campo Alegre (SC), em 31 de Março de 1940. Mas foi em Ponta Grossa que viveu, estudou e trabalhou a maior parte de sua vida. Durante 26 anos trabalhou na Prefeitura de Ponta Grossa, onde atuou nos segmentos de Saúde (como auxiliar de Enfermagem), Educação e Cultura (assistente cultural). É professora de História, especializada em História do Brasil. Lecionou por vários anos em Pitanga e em Ponta Grossa. Tem 26 livros editados e 10 antologias de participação. É membro perpétuo da Academia de Letras dos Campos Gerais (ALCG) e membro efetivo da Academia Ponta-grossense de Letras e Artes (APLA). Atualmente reside na Vila Ana Rita, no Bairro Uvaranas.

Foto da escritora Isolde Maria Waldmann, autografando um de seus livros
Isolde Maria Waldmann, escritora e pesquisadora dos bairros de Ponta Grossa / FOTO: José Aldinan

Coleção

Isolde Maria Waldmann escreveu 15 livros que contam parte da história dos bairros de Ponta Grossa. O DC realizou, com base em sua pesquisa, uma série de reportagens com o mesmo tema. A autora considerou legislação em vigor até o início dos anos 2000, motivo pelo qual deixou de abordar o Bairro Piriquitos (vizinho aos bairros Chapada e Boa Vista), cuja criação legal só ocorreu em 2009. Os livros da coleção são produção independente, e podem ser adquiridos diretamente com a autora, pelo telefone (42) 3222-2213.

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