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Deputados de PG traçam estratégias para votação de denúncia

Aliel e Sandro Alex intensificaram reuniões em Brasília sobre votação de denúncia da PGR contra o presidente Michel Temer

Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Aliel Machado: “Não vai ser a oposição que vai fazer o jogo do governo e suspender um processo de investigação contra o presidente”

Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Sandro Alex: “Não atendi a ligações, não participei de negociação, prefiro não sofrer essa pressão”

 

 

 

Ao desembarcarem em Brasília na terça-feira (1º), os dois deputados ponta-grossenses deram início a uma atribulada agenda que toma conta da capital federal. Para esta quarta-feira (2) é esperado o início da sessão que analisa a denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), feita pela Procuradoria Geral da República. Na terça, Sandro Alex (PSD) e Aliel Machado (Rede) participaram de reuniões que antecederam a votação desta quarta.

Com voto declarado a favor da aceitação da denúncia, Aliel teve ao menos três encontros com partidos da oposição na terça-feira, e na manhã de quarta ao menos mais uma reunião entre as lideranças partidárias deve ocorrer, com o intuito de traçar uma estratégia para a sessão de votação da denúncia. “O governo não tem quórum, e isso faz com que a oposição busque uma estratégia. O que me parece claro é que nenhum dos dois lados, a favor ou contra a aceitação da denúncia, tem número suficiente de apoiadores”, disse Aliel. “Agora, não vai ser a oposição que vai fazer o jogo do governo e suspender um processo de investigação contra o presidente”, completou.

Sandro Alex, por sua vez, vive a situação de seu partido ter fechado questão em apoio a Temer, enquanto que o parlamentar ponta-grossense não revelou seu posicionamento. O deputado de Ponta Grossa admite que o momento é ‘delicado’ e que algumas reuniões ao longo da tarde, se prolongando até a noite de terça, serviriam para discutir a votação e também para ‘sentir o clima’ em Brasília. “Há uma dúvida em torno desta votação, é um quórum muito alto a ser atingido. Cada lado me parece frágil, muitos governistas não querem expor seu posicionamento, ao mesmo tempo que a própria oposição também não parece ter número suficiente de votos e quer evitar que se encerre o assunto. É uma situação muito nova, que nunca aconteceu, difícil de se analisar”, resumiu Sandro.

Com a ‘tropa de choque’ de Temer em franca ofensiva – contando com o próprio presidente partindo para o ‘corpo a corpo’ com parlamentares – nos últimos dias, Sandro Alex assegura que não teve contato com o governo recentemente. “Não atendi a ligações, não participei de negociação, prefiro não sofrer essa pressão”, disse.

Aliel afirma que a pressão governista sobre os parlamentares foi explicitada com as alterações na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), quando analisava a denúncia contra Temer. “Essa pressão sobre o Congresso vem acontecendo faz tempo, a troca de membros da CCJ foi um exemplo, o Brasil está sangrando por causa disso. É um governo esfacelado, a única pauta é livrar o Temer”, afirma.

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