O torcedor do Operário Ferroviário pode começar a se preparar psicologicamente para a principal novidade que a CBF vai trazer no segundo turno da Série B: a implementação do às vezes temido, às vezes glorificado árbitro de vídeo (VAR). O primeiro compromisso do Fantasma com a tecnologia está marcado para o dia 21 de agosto, data na qual o alvinegro recebe o Vasco da Gama no Germano Krüger.
A princípio o clube não vai necessitar desembolsar qualquer quantia financeira para uso do sistema em Vila Oficinas. A própria Confederação Brasileira vai arcar com os custos.
De acordo com a CBF, a Série B vai utilizar a ferramenta em todas as 190 partidas do segundo turno do Brasileirão. Já nas Séries C e D a implementação da tecnologia vai abranger as fases finais das competições, totalizando 26 e 14 jogos, respectivamente.
A Comissão Nacional de Arbitragem da CBF está com a programação em andamento, com contratação da empresa responsável pela tecnologia e programação de cursos preparatórios adicionais para os profissionais de arbitragem.
“Estamos tirando do papel reivindicação que os clubes disputantes dessas séries faziam há tempos. É mais um aperfeiçoamento importante da CBF às competições nacionais. Isso vai trazer mais justiça ao jogo e mais segurança aos árbitros. As Séries B, C e D mobilizam torcedores, comunidades, cidades e mereciam muito este investimento”, afirmou o presidente da CBF, Antônio Carlos Nunes, quando houve a primeira divulgação sobre o uso da tecnologia.
Erros
No final de semana, ainda pela 16ª rodada da competição, quem ficou na bronca com a arbitragem foi o vice-líder Coritiba. No empate dentro de casa com o Goiás, o time reclamou de duas penalidades máximas não marcadas pelo árbitro Vinícius Gomes do Amaral, do Rio Grande do Sul. Na sequência de um dos lances saiu o gol de empate da equipe goiana. Além disso, houve um gol anulado erroneamente pela assistente Luiza Naujorks Reis.
“Em nome da diretoria e com certeza de toda torcida, deixo aqui nossa indignação com o que aconteceu aqui. Queremos profissionais competentes, qualificados e que trabalhem sem atrapalhar. É inadmissível o que aconteceu no Couto Pereira. Estamos cansados de enviar ofícios à CBF e receber a resposta que os profissionais, que cometem erros, serão encaminhados para uma reciclagem”, disse o vice-presidente do Coritiba, Osíris Klamas, em entrevista coletiva.
“O sentimento é de indignação, impotência”, falou pouco depois o técnico Gustavo Morínigo.
Central
O centro de comando do VAR na Série B não deve ficar nos estádios. A CBF vai utilizar a estrutura do Centro de Excelência da Arbitragem Brasileira (CEAB), no Rio de Janeiro, que possibilita otimizar a operação do árbitro de vídeo. A ideia do Centro foi anunciada no primeiro semestre. Ao final de 2021, serão 651 jogos com a ferramenta em competições da CBF.
O que esperar?
A partir do uso do VAR, o torcedor vai precisar se acostumar com situações atípicas. Lances de impedimento, por exemplo, são anotados após a conclusão do lance. É a forma encontrada pelos assistentes para que a ferramenta de vídeo possa consertar eventual erro humano. Além disso, a retomada de bola rolando tende a demorar mais para a checagem das jogadas polêmicas.
A participação do VAR se resume a quatro situações de jogo: gols, pênaltis, cartão vermelho direto e erro de identificação de jogador na aplicação de cartão.