O Fórum de Ponta Grossa recebe nesta terça-feira (10), a partir das 8h30 da manhã, o júri popular de Éder Batista de Andrade, de 31 anos. Ele é acusado de matar atropelado Rubens Krum, de 82 anos, no bairro Nova Rússia, em agosto de 2014. O crime chocou a comunidade local, pois o corpo da vítima foi arrastado por pelo menos 500 metros até ficar caído sem vida próximo do meio-fio.
Inicialmente, o julgamento estava agendado para o dia 20 de abril. Porém, atendendo a pedidos da defesa e do Ministério Público, a justiça adiou a sessão.
O réu, que responde em liberdade, está enquadrado no Artigo 121, que dispõe sobre homicídio. De acordo com o entendimento do Ministério Público, a morte ocorreu por meio cruel com atenuante que trata de crime doloso – no qual o autor quis ou assumiu o risco para o resultado final.
Representante da família Krum, o advogado Rudolf Christensen aguarda condenação de 30 anos. “Expectativa é a condenação no máximo da pena possível”, comentou. A acusação pretende relembrar que o corpo de Rubens ficou preso na caminhonete Dodge Dakota do réu e que testemunhas teriam tentado parar o veículo, mas não tiveram sucesso. O motorista ainda teria aumentado a velocidade para fugir do local mesmo com o corpo enroscado no para-choque.
Pouco depois do atropelamento, a Polícia localizou o veículo abandonado em uma rua próxima de onde o corpo do idoso ficou caído. Mais tarde, Éder Batista de Andrade apareceu na delegacia registrando um boletim de ocorrência. Ele alegou ser vítima de assalto a mão armada e que estava como refém no banco do passageiro na hora do acidente.
A versão dele, no entanto, foi desmontada por testemunhas que o reconheceram como condutor da caminhonete no atropelamento e que informaram que o motorista estava sozinho.
Na Sentença de Pronúncia do caso, o juiz de Direito Substituto, Luiz Carlos Fortes Bittencourt, ainda relembrou que consta na denúncia que Éder Andrade estava com a CNH suspensa no dia do acidente. Além disso, depois da versão apresentada ao fazer o boletim de ocorrência, Éder optou por permanecer em silêncio nas audiências seguintes.
O atropelamento
O acidente foi registrado em um sábado – 30 de agosto de 2014 – por volta das 10h da manhã. A caminhonete Dodge Dakota, ano 1999, passava pelo movimentado cruzamento da Rua Londrina com a Avenida Dom Pedro II, onde atropelou Rubens Krum, que caminhava até uma farmácia.
O impacto deixou o idoso preso por um pedaço de roupa no para-choque do veículo. O autor arrastou o corpo por cerca de quatro quadras, se desprendendo somente na Rua Generoso Martins de Araújo – a 505 metros do local onde ocorreu o primeiro impacto. O motorista não prestou socorro. Rubens Krum sofreu politraumatismo e morreu na hora.
Diferentes pessoas testemunharam o acidente e deram depoimentos em juízo. Todos relataram que populares alertaram o condutor sobre o corpo sendo arrastado, mas em nenhum momento o motorista fez menção de parar.
O aposentado Rubens Krum deixou quatro filhos. Entre eles, Maribel Krum de Andrade – atual chefe da Guarda Municipal de Ponta Grossa. O corpo do idoso foi sepultado no dia seguinte no Cemitério São João Batista.