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Setor de serviços começa a se recuperar em Ponta Grossa

(Foto: Arquivo DC)

A pedido da reportagem do Diário dos Campos a Prefeitura de Ponta Grossa fez um levantamento da arrecadação do Imposto sobre os Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), que aponta o início da recuperação do setor – um dos que mais sofreu com as medidas de combate à contaminação do novo coronavírus. No mês de agosto foram pagos R$ 9,15 milhões do tributo, o maior valor mensal de 2020 e segundo melhor desde o ano passado, atrás apenas de dezembro de 2019, que somou R$ 10,01 milhões.

Frente ao mesmo mês de 2019, o aumento nominal (sem o desconto da inflação) é de 1,96%. Comparado a julho, mês que já indicava a primeira recuperação por arrecadar 24,2% a mais do que junho, a alta é de 5,5%.

O secretário da Fazenda, Cláudio Grokoviski, destaca que a pandemia afetou principalmente os meses de abril, maio e junho, que, comparados ao ano anterior, foram os únicos que registraram quedas – de 8,45%, 19,62% e 15,78%, respectivamente.

Impacto

Em entrevista concedida ao DC no final do ano passado, Grokoviski ressaltou a evolução da prestação de serviços nos últimos em Ponta Grossa. “Até cinco anos atrás a maior parte da nossa receita era composta pelo ICMS [Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços], seguido do FPM [Fundo de Participação dos Municípios], IPVA, IPTU e só então ISSQN. A partir de agora o ISSQN avança duas posições, ultrapassando o IPTU e o IPVA, que compõe um montante grande, se tornando a maior receita própria do Município”, apontou o gestor público.

Para ele, este fato é importante porque aumenta a independência da Prefeitura frente às outras esferas governamentais. “Isso é positivo porque ele é uma receita própria, que depende do nosso trabalho. Se o Estado resolve fazer uma grande isenção de ICMS, por exemplo, a nossa arrecadação não sofre tanto porque a receita própria não cai”, exemplificou o secretário da Fazenda.

Pandemia

No acumulado de 2020 o imposto soma R$ 62,91 milhões, 3,2% a menos, nominalmente, do que nos oito primeiros meses do ano passado. Mês a mês, a arredação do ISSQN de certa forma acompanhou o nível de restrições das medidas de combate à pandemia do novo coronavírus; porém, já começou o ano em queda, comportamento também percebido em 2019. Desde janeiro ocorreram baixas gradativas até maio; em junho o montante voltou a subir, seguindo a evolução até o mês passado.

Paralelamente, o mercado de trabalho formal da atividade foi positivo apenas em janeiro e fevereiro, quando gerou 168 e 344 vagas na cidade, respectivamente. Desde então todos meses acumulam mais demissões do que admissões, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. No ano, o setor de serviços acumula a extinção de 666 vagas de emprego.

Empresas de Ponta Grossa que mais prestaram serviços neste ano

1ª: CCR Rodonorte

2ª: Ponta Grossa Ambiental (PGA)

3ª: Caminhos do Paraná

4ª: Viação Campos Gerais (VCG)

5ª: Caixa Econômica Federal

6ª: Btrans Informática

7ª: Odonto Excellence

8ª: Sigma Transportes e Logística

9ª: Águia Sistemas de Armazenagem

10ª: Lojas MM

*Os dados são referentes às empresas que mais arrecadaram ISSQN em Ponta Grossa neste ano e foram repassados pela Prefeitura Municipal

Opinião da repórter

As reportagens que relatam as arrecadações de ICMS e ISS em Ponta Grossa refletem pelo menos o início da recuperação da economia da cidade que, assim como todas as outras regiões do mundo que também tiveram que adotar medidas restritivas de circulação de pessoas como combate à contaminação do novo coronavírus, foi afetada pela pandemia.

O Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre os Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), por incidirem sobre o que os seus próprios nomes já citam, funcionam como uma espécie de termômetros da economia, justamente pelas suas arrecadações acompanharem as referidas atividades econômicas do período.

As duas reportagens também corroboram as matérias anteriores produzidas pelo Diário dos Campos, que acompanha semanalmente os indicadores econômicos regionais e a evolução das atividades que impactam no dinheiro que circula pelos Campos Gerais – o que influencia diretamente na população em forma de geração ou extinção de empregos e na renda que sustenta as famílias da região.

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