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Rangel diz que “está rolando Caixa 3 na calada da noite”

Marcelo Rangel, no programa Nilson de Oliveira da Rádio Mundi

O prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel (PSDB), disse em seu programa de rádio na manhã desta quarta-feira (16) que tem candidato a prefeito comprando apoio de dirigentes de pequenos partidos políticos que não lançaram candidatos próprios ao cargo. A prática, que ele chamou de “Caixa 3”, teria o objetivo de aumentar a fonte legal de receitas para gastar na campanha eleitoral.

A declaração foi feita por Rangel depois de anunciar em diversos momentos do programa que faria “uma grave denúncia política sobre o que está ocorrendo na calada da noite”. No entanto, ele não citou nenhum nome: nem de pessoas, partidos ou cidades onde a prática ilegal estaria ocorrendo. No entanto, a impressão que ficou ao ouvinte é que o prefeito se referia a Ponta Grossa.

Como funciona

O “Caixa 3” funciona assim: o candidato a prefeito do partido A paga uma certa quantia em dinheiro de forma sigilosa para os dirigentes do partido B apoiá-lo. O partido B se coliga com o partido A e, assim, os recursos do Fundo Partidário do partido B se somam aos do partido A. Nessa maracutaia, os dois ganham.

Como? Simples: o valor pago pelo partido A para o partido B é menor do que o Fundo Partidário do partido B vai repassar para o partido A. Sem ter um candidato próprio ou uma coligação, o partido B não teria acesso aos recursos disponibilizados pelo Fundo Partidário. Além disso, o partido A passa a ter mais recursos de fontes legais para gastar na campanha.

Fim das convenções

As declarações do prefeito Marcelo Rangel sobre o “Caixa 3” sintomaticamente foram feitas no último dia do prazo legal para a realização das convenções partidárias, a definição dos candidatos e das alianças. Pois a história da política ensina que é justamente na reta final que os apoios se consolidam e que as reviravoltas também ocorrem: adversários se tornam aliados e aliados se tornam inimigos.

As motivações para as mudanças repentinas são variadas e nem sempre confessáveis. Mas quando o prazo para a realização das convenções expirar e as coligações estiverem definidas, talvez seja possível identificar os alvos, e não a veracidade, das palavras proferidas por Rangel na manhã desta quarta-feira: será verificar quem pulou de barco naos 45 min do segundo tempo.

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