em

Novos investimentos cervejeiros somam R$ 2,43 bilhões em Ponta Grossa

Cidade se consolida no setor com a ampliação das gigantes Heineken e Ambev e a criação de uma fábrica de produção de malte

Foto: Arquivo DC

Por Millena Sartori/dcmais

R$ 2,43 bilhões. Este é o valor aproximado dos novos investimentos que Ponta Grossa está recebendo para a produção de cervejas e chopes. O valor é a soma das ampliações da Heineken (R$ 865 milhões), anunciada em março do ano passado, da Ambev (R$ 370 milhões), anunciada nesta semana, e da fábrica de produção de malte (R$ 1,2 bilhão) que está sendo projetada pelas cooperativas Frísia (sediada em Carambeí), Capal (sediada em Arapoti), Bom Jesus (sediada na Lapa e Agraria (sediada em Guarapuava).

Os três investimentos milionários mostram a força e o ciclo virtuoso do setor produtivo, que está crescendo na cidade devido também a uma mudança no comportamentos dos consumidores da “gelada”, que cada vez têm optado por produtos premium e puro malte – os focos das ampliações de ambas as cervejarias.

Reflexos para Ponta Grossa

Todo este montante beneficia não apenas a produção cervejeira, mas também a cidade que sedia os novos investimentos. Apenas a Heineken e a maltaria, por exemplo, devem gerar 670 novas vagas de emprego – e a Ambev nem entra nesta conta, já que não revelou esta informação ainda.

Os reflexos também são percebidos na atração de empresas-satélite, aquelas que desenvolvem serviços e produtos relacionadas à produção cervejeira, como é o caso da própria maltaria, que se instalará na cidade pela proximidade com as multinacionais e mercado de microcervejaria de toda a região central do Paraná.

Há também o aumento no recolhimento de impostos, que são revertidos em serviços públicos. Atualmente, sem as ampliações, a Ambev e a Heineken já são respectivamente a segunda e a terceira maiores empresas da cidade: em 2019 enquanto que a primeira produziu R$ 728,28 milhões em riquezas, a segunda gerou R$ 618,99 milhões. Em questão de ICMS, o imposto que incide sobre a circulação de mercadorias e serviços, a Heineken lidera a arrecadação na cidade, em primeiro lugar, e a Ambev figura em terceiro lugar.

Heineken

As obras da Heineken, que devem ser finalizadas no final deste ano, estão ampliando a sua capacidade produtiva em 75%. “Vamos trabalhar mais forte com a Heineken e a Amstel, reforçando a nossa carteira premium. Hoje a linha de produtos da unidade de Ponta Grossa atende de São Paulo para baixo – exceto o barril de 5 litros, que é distribuído para todo o país”, disse o diretor local da empresa, Rodrigo Bressan, no anúncio do investimento, afirmando também que Ponta Grossa seria a primeira no Brasil a produzir a Heineken 0.0%, versão sem álcool da marca.

O investimento da cervejaria holandesa também visa a expansão de capacidade na categoria de cervejas mainstream (segmento médio de mercado). Segundo balanço da empresa, as marcas Amstel e Devassa ampliaram o volume de vendas no País, o que justificaria o investimento. Essa é a segunda vez que a multinacional amplia investimentos no Paraná desde a sua instalação, em 1995: entre 2015 e 2016 o aporte foi de R$ 450 milhões para elevar a capacidade de produção em 40% na planta de Ponta Grossa.

Ambev

Já a Ambev, que nesta semana anunciou investimento de R$ 370 milhões na unidade de Ponta Grossa, não revelou muitos detalhes sobre o aporte. Fontes ligadas ao setor revelaram à reportagem em setembro que a ampliação deve aumentar em 50% as linhas de produção da unidade. A Ambev foi inaugurada com quatro linhas, mas, segundo o relato obtido pela reportagem, com capacidade para totalizar mais onze. A expectativa é de que esta ampliação implante mais duas, para que a unidade conte com seis linhas de produção.

Maltaria

A fábrica de produção de malte já apresentou o projeto para os seus cooperados. Consultadas pela reportagem, apesar de confirmarem o projeto as quatro cooperativas optaram por não revelar detalhes, mas segundo fontes ligadas ao setor produtivo o investimento deve totalizar R$ 1,2 bilhão e ficar localizado ao lado da unidade da Frísia localizada à margem da PR-151. A área conta com 300 mil m² e só no terreno teriam sido investidos R$ 18 milhões. A pesquisa por variedades de cevada e sobre o processo de produção de malte já vem sendo feita há alguns anos pelas cooperativas e o investimento também fortalece a consolidação do Distrito Industrial Norte de Ponta Grossa, que também é sondado para receber investimento milionário da japonesa Nissin, fabricante de marcas como Miojo e Cup Noodles, por exemplo.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.