Você sabe o que significa economia circular? E logística reversa? Ambos os conceitos são ligados à ideia de redução de resíduos através do seu reaproveitamento, maximizando o tempo de vida útil de produtos, reduzindo os impactos ambientais da produção e rompendo com o conceito linear de extrair, produzir, consumir e descartar. Iniciativas com estes intuitos têm se popularizado em todo o mundo e chama a atenção inclusive em Ponta Grossa.
As duas cervejarias multinacionais instaladas na cidade, por exemplo, contam com ações sustentáveis. No caso da Heineken, desde o início deste ano 100% da energia utilizada em todo o processo produtivo e de envase dos produtos da marca é renovável. Para isso, a planta ponta-grossense conta com uma caldeira de biomassa já em operação e outra em construção, em que a fonte energética deriva do cavaco de madeira com origem de reflorestamento certificado.
A unidade também foi uma das primeiras da marca a receber empilhadeiras elétricas e a cervejaria tem avaliado possibilidades de incrementar a atuação sustentável também na região: além de já fomentar a compra de garrafas inteiras de 600 mls entre os seus revendedores parceiros, para evitar que sejam descartadas de forma inadequada, explora outras possibilidades de parcerias na região para fomentar a cadeia da reciclagem.
A Ambev, por sua vez, além de realizar investimentos locais para a melhoria da Estação de Tratamento Esgoto e redução de emissão de gases, também está apostando na mobilidade elétrica. Nesta semana a companhia recebeu as chaves do primeiro caminhão elétrico do lote de cem unidades adquiridas pela cervejaria. A princípio, não há previsão de quando um dos veículos deve operar na região de Ponta Grossa, mas os veículos fazem parte do plano da Ambev de ter 1.600 modelos com essa tecnologia zero emissões na sua frota parceira até 2025.
Junto a isso, a marca está inaugurando mais de 44 usinas solares em todo o Brasil, que, juntamente com outros projetos de energia renovável, vão produzir eletricidade o suficiente para atender 100% dos 93 centros de distribuição da companhia pelo país. Assim, 100% destes caminhões elétricos que prestarem serviço para a Ambev serão alimentados por energia renovável quando a frota estiver completa.
Veículos elétricos
A utilização de veículos elétricos vem se destacando também em Ponta Grossa. Além de um morador da cidade, de 80 anos, ter sido o primeiro do Sul do país a comprar um modelo de carro elétrico da Nissan e até mesmo de um grupo de pesquisadores de uma universidade ponta-grossense desenvolver tecnologia para baterias de carros elétricos, o município também é pioneiro na utilização de veículos de grande porte movidos a energia elétrica.
O trecho entre Ponta Grossa e Curitiba foi escolhido para sediar os testes nacionais da primeira operação brasileira intermunicipal com ônibus rodoviário elétrico, que iniciaram em junho e têm previsão de durar 90 dias. A novidade é fruto de uma parceria entre a Expresso Princesa dos Campos (responsável pelas viagens), Marcopolo (montadora do veículo) e BYD, maior fabricante mundial de baterias de fosfato de ferro-lítio e de veículos 100% elétricos e também responsável por outro veículo de destaque da cidade: o caminhão elétrico da Usina Termoelétrica a Biogás (UTB) de Ponta Grossa.
Ele tem capacidade de carregar até 7 toneladas por viagem e segundo a BYD é o primeiro e único veículo deste tipo na região Sul do país.
Usina termoelétrica
O caminhão utilizado pela UTB faz a coleta em 75 grandes geradores da cidade e é abastecido com a energia gerada pelo próprio local – proveniente de resíduos orgânicos. De acordo com informações atualizadas da Prefeitura Municipal, cerca de 8 toneladas estão sendo recolhidas por dia.
Atualmente a UTB está se abastecendo e também gerando “combustível” para o seu caminhão, mas com o aumento progressivo da coleta a intenção é gerar energia que compense gastos de consumo de prédios públicos como o Paço Municipal e a UPA Sant’Anna, por exemplo.
Estudo internacional aponta PR como exemplo mundial em desenvolvimento sustentável
Um estudo sobre como o Paraná tem aplicado os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU foi apresentado nesta semana em um evento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A pesquisa destaca que as políticas públicas do estado estão voltadas ao desenvolvimento sustentável desde a década de 1990.
Na oportunidade, o vice-secretário geral da OCDE, Ulrik Vestergaard Knudsen, destacou que o Paraná já é um exemplo contundente na área de energia renovável. “Cerca de 94% da energia consumida no Paraná vem de fontes renováveis, mais que o dobro da média das regiões da OCDE, que fica em 41%”, ressaltou o executivo.
Na parte ambiental, a pesquisa também aponta que os pontos fortes do Paraná são a qualidade do ar, a preservação da água e a proteção costeira. Neste último quesito, por exemplo, o Estado supera as médias da OCDE e do Brasil: enquanto o Estado tem 51% das áreas costeiras protegidas, o País tem 36% e a OCDE, 20%. Outros destaques do Paraná em comparação a outros estados estão na educação, no mercado de trabalho e em indicadores econômicos, com uma performance que supera em mais de 70% a média brasileira.