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Ministério Público apura conduta do médico e vereador Dr. Erick

Dr. Erick é vereador em Ponta Grossa. Foto: Divulgação

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) tomou conhecimento ontem do caso que envolve o suposto fornecimento irregular de receita médica para aplicação de vacina contra covid-19. O episódio em Ponta Grossa envolve o médico Erick Camargo, que é vereador do município.

Erick é alvo de denúncia do jovem Murillo Antônio, de 25 anos. O rapaz, que tem uma pequena empresa e está prestes a terminar o curso de Direito, usou as redes sociais nesta semana para tornar o caso público. Ele diz ter comprado um atestado médico para tomar a vacina como portador de comorbidades. Murillo não citou nomes. No entanto, médico se antecipou, também nas redes sociais, e afirmou que é vítima de uma tentativa de golpe.

Foi desta maneira que o caso chegou ao Ministério Público, que confirmou à reportagem que tomou conhecimento informal da história e que está apurando o que de fato ocorreu: “Será instaurado procedimento administrativo, por meio do qual pretende-se ouvir o autor do vídeo que circulou nas redes sociais com a finalidade de obter mais informações”.

As partes

Na tarde de ontem, pouco depois da resposta do MP, o denunciante esteve na sede da instituição para ser ouvido. Ele manteve a versão de que a compra do atestado médico teria ocorrido por meio do Whatsapp. O pagamento, segundo Murillo, foi realizado por PIX.

O médico Erick Camargo, por sua vez, alega que o pagamento de R$ 150,00 é referente à teleconsulta particular e não ao atestado. Segundo o vereador, ele está sendo vítima de crime de falsidade ideológica e confirmou que está tomando medidas legais cabíveis.

“Ele afirmou que é portador de uma cardiopatia e que faz uso do medicamento Digoxina. Partindo desse pressuposto de que é cardiopata, como afirmou, ele tinha direito à vacinação contra covid. Emiti a declaração baseado no que ele contou. O médico parte do pressuposto que o paciente está falando a verdade. Não há tempo hábil para que as pessoas consigam exames e outros recursos para que tomem a vacina. É uma relação de confiança”, declara Erick, que diz se tratar de uma armação.

“Faço tudo dentro da legalidade. Eu não tenho como adivinhar quando alguém vem com má intenção. Manobras políticas e armações não vão me derrubar. Vamos entrar com um processo contra esse cidadão, pois ele mentiu durante a consulta”, acrescenta o médico e vereador.

Sem nomes

Questionado pela reportagem, o denunciante relata que não faz parte de qualquer partido político e que o intuito é denunciar a falha no sistema como um todo. “Não tenho nenhuma intenção política. Tanto que não citei o nome e nem a clínica de ninguém no vídeo que fiz. Quem se pronunciou dizendo ser ‘vítima de um golpe’ e expondo a imagem foi o próprio doutor”, argumenta.

Murillo enfatiza que, apesar da declaração fornecida, não tomou a vacina. Ele crê que não terá problemas com a justiça por conta do episódio.

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