A rede de restaurantes Madero oficializou a sua abertura de capital na Bolsa de Valores brasileira (B3).
O grupo protocolou o pedido do seu “IPO” (do inglês, oferta pública de ações), o que significa que, se aceito, passará a ofertar ações próprias e, com isso, receber recursos de outros investidores.
Parte desses recursos será investido em Ponta Grossa, onde fica a sede da empresa.
Ainda não foi definido o montante que deve ser movimentado, mas de acordo com o pedido os valores líquidos dessa abertura de capital serão divididos pela metade: 50% será destinado para o pagamento de contratos financeiros e os outros 50% para investir na expansão de novos restaurantes, renovação da frota e cozinhas centrais.
Como grande parte da frota é emplacada na cidade, que também sedia as cozinhas centrais que produzem alimentos para todos os restaurantes, uma parcela expressiva do valor será investida em Ponta Grossa.
“Isso mostra a força de uma empresa que está sediada em PG e será a primeira da cidade a abrir capital na bolsa B3, com tributos recolhidos para o Município”, destaca uma fonte ligada à empresa.
IPO
A oferta será pública, ou seja, destinada para todos os investidores que tenham interesse, e a “sigla” para a compra das ações será MDRO3.
O processo será coordenado pela BTG Pactual (BPAC11) e ainda terá a participação do Bank of America, Bradesco BBI, Itaú BBA, UBS BB e JP Morgan.
Falsa polêmica
No final de junho uma reportagem veiculada nacionalmente e reproduzida localmente criou uma polêmica acerca da capacidade financeira do grupo, dando a entender que o Madero corria o risco de fechar devido a dívidas.
A informação foi desmentida na época pelo jornal Diário dos Campos e portal dcmais, que ouviu fontes próximas à diretoria da companhia que desmentiram o risco de fechamento e garantiram que o IPO seria lançado neste semestre.
“O Madero está com muitos investimentos. Foram divulgadas demonstrações contábeis auditadas mostrando que a empresa contém dívidas, mas elas decorrem do alto teor de investimento em novos restaurantes. A operação do Madero tem uma rentabilidade muito boa e não é à toa que teve o investimento do Carlyle, fundo americano muito famoso que injetou dinheiro na companhia. Há previsões extremamente otimistas e sérias da companhia, diferentes das informações equivocadas que saíram em outros veículos de comunicação”, disse a fonte ouvida pela reportagem.
Expansão
A empresa paranaense fundada pelo empresário Junior Durski vem executando um plano de expansão no país. Há dois anos vendeu mais de um quinto (22%) do seu capital para o fundo norteamericano Carlyle por R$ 700 milhões.
Para o ano passado estava prevista a sua entrada na Bolsa de Valores através do IPO, mas os planos foram adiados para 2021 devido às dificuldades geradas pela pandemia. Outro fato administrativo que chamou a atenção em 2020 foi a saída do apresentador Luciano Huck da sociedade.
Em maio Durski esteve reunido com uma equipe da Prefeitura de Ponta Grossa e anunciou investimentos de R$ 1 bilhão na planta fabril do Grupo, localizado no Distrito Industrial da cidade.
Na oportunidade, mais duas áreas municipais foram doadas em comodato à empresa para a construção de uma fábrica de compostagem, uma de containers e de um segundo complexo fabril uma vez e meia maior do que a que já está em funcionamento. A previsão anunciada para o início das operações é no começo de 2024.
“Este complexo tem capacidade de fornecer para até 500 restaurantes. Temos 230 unidades hoje e vamos terminar o ano com 260. A expansão para o próximo ano será muito maior. Era para termos aberto 75 novas unidades neste ano, mas serão abertos ao todo apenas 45, em virtude da pandemia. No ano passado era para ter aberto 70 e abriu 44. Recuperaremos no ano que vem e por isso, a previsão para 2024 é de contarmos com 500 restaurantes”, disse o empresário naquele momento.