Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-PR) apontam que houve aumento significativo no número de ocorrências de crimes contra a dignidade sexual, na região de Ponta Grossa, de 2017 a 2018. Em 2017 foram 498 ocorrências de crimes desse tipo. No ano passado, foram 589, um aumento de 18,2% em apenas um ano. O aumento é evidente também no comparativo com anos anteriores, embora esse crescimento possa estar relacionado ao aumento de denúncias.
Na segunda-feira (6), por exemplo, a PM precisou dar apoio em mais um caso de importunação sexual ocorrido no interior de ônibus do transporte público de Ponta Grossa. Dessa vez, a situação foi registrada na linha Pimentel, por volta de 12 horas. Adolescentes que se sentiram ofendidas por um rapaz de 21 anos acionaram o trocador que, por sua vez, orientou o motorista a parar o veículo. O carro foi mantido com as portas fechadas até a chegada da equipe da Policia Militar, que encaminhou o homem à delegacia de Polícia Civil.
Outro caso foi registrado na última sexta-feira (3), quando um ônibus articulado precisou ficar com as portas fechadas, no terminal de Uvaranas, até a chegada da PM, quando um homem foi encaminhado à delegacia.
Para prevenir novos casos, a Viação Campos Gerais (VCG), empresa que administra o serviço de transporte público na cidade, iniciou em abril a campanha “Lotação não é desculpa. Assédio sexual é crime”. Cartazes espalhados em pontos estratégicos e postagens nas redes sociais buscam conscientizar a população sobre a importância de denunciar o crime através dos telefones 181 ou 190.
Denúncia
O capitão Leandro de Azevedo Thereza, comandante da 1ª Companhia da PM em Ponta Grossa, explica que os ônibus são os locais nos quais esses crimes são mais comuns, devido à aglomeração de pessoas. Mas a cada dia a população toma consciência da importância de denunciar e apontar os culpados.
“Quando temos casos nas proximidades do terminal [central] fica mais fácil o atendimento, devido à proximidade com nossa sede. Contudo, é interessante a ação imediata junto ao cobrador e ao motorista, para que eles tomem providências e realizem o acionamento da polícia, principalmente quando houver maior distância da base”, diz.