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No Paraná, 30% das mortes por covid-19 ocorreram em 2021

Secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, afirmou que estado enfrenta o pior momento da pandemia

(Foto: Dálie Felberg/Alep)

Durante a prestação de contas quadrimestral obrigatória da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) na Assembleia Legislativa do Paraná, na manhã desta terça-feira (9), o secretário da pasta, Beto Preto, foi enfático: o Paraná atravessa o momento mais crítico da pandemia da Covid-19 desde o início dela, em 2020.

“Cerca de 30% dos óbitos dos paranaenses por covid aconteceram neste ano e a aceleração tem relação com a chegada da nova cepa”, alertou, sobre a presença da variante amazônica do Coronavírus no Paraná, a P.1. “Esta cepa é mais contagiosa, mais rápida e faz a evolução da doença acontecer de forma mais objetiva, o que faz com que as pessoas possam se curar mais rápido, mas também piorar rápido”, explicou o secretário.

Ele frisou também que o tempo médio de permanência dos pacientes em leitos hospitalares no Paraná elevou-se em 11%. “Uma pessoa ficava 12 dias internada, agora fica em média 14 dias”, afirmou o secretário. Segundo o diretor de gestão em saúde da Sesa, Vinícius Filipak, houve em um ano um aumento de 85% nas internações de UTI além de 58% no número absoluto de pacientes internados. “É um período complicadíssimo”, salientou.

A audiência pública, comandada pelo presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, deputado Doutor Batista (DEM), contou com a presença do presidente da Casa, deputado Ademar Traiano (PSDB). “O Poder Legislativo dará todo o apoio necessário para cada medida que deva ser tomada. Temos um olhar sobre todos os aspectos da crise, mas o governante deve ter liderança para tomar as decisões que ache necessárias, o que tem sido feito pelo governador e pelo secretário”, afirmou Traiano.

“A cada momento é um fato novo que surge, a responsabilidade pesa sobre os ombros do secretario e sua equipe, que tem feito todo o possível para minimizar os impactos da doença sobre nossa população. O momento é crítico nesta semana e na semana que vem. Temos que ter consciência da responsabilidade que pesa sobre nós. Cada um tem uma opinião e é importante esta conversa e troca de informações”, disse o presidente do Legislativo.

Vacinas

Sobre o ritmo de vacinação no estado, o secretário Beto Preto explicou que o Governo do Estado tem cobrado a Coordenação-geral de Imunizações do Ministério da Saúde para receber as vacinas, ou comprá-las, assim que for possível. “A nova fábrica da Fiocruz vai passar a produzir 700 mil doses diárias da vacina AstraZeneca Oxford. A governabilidade disso não está em nossas mãos, mas eu confio na condução tanto da Fiocruz quanto do Instituto Butantan”, afirmou o secretário.

“O que não pode acontecer foi o que aconteceu em março”, falou, sobre a redução do número de doses anunciada pelo Ministério da Saúde, de 37 milhões para 23 milhões de doses para o Brasil todo. Ainda de acordo com ele, a programação é que até o final do mês de maio estejam vacinados no Paraná (que tem população equivalente a 5% dos brasileiros) 4 milhões de pessoas, entre os com mais de 60 anos de idade, com comorbidades e doenças crônicas, ente outras categorias.

O secretário informou ainda que 1.300 novos leitos hospitalares foram abertos no estado em conjunto com a rede hospitalar paranaense, seja do Estado, filantrópica ou privada. “Nos últimos 15 dias, montamos o equivalente a dois hospitais de campanha completos, porém dentro dos hospitais já existentes”, frisou.

Balanço

As despesas, receitas e ações da Secretaria de Estado da Saúde no último quadrimestre de 2020 foram apresentadas aos parlamentares em cumprimento ao artigo 36 da Lei Complementar Federal 141/2012.

De acordo com o diretor-geral da pasta, Nestor Werner Junior, que também relatou um balanço geral da secretaria em 2020, o Paraná teve recorde de investimento na área no ano passado, registrando R$ 4,19 bilhões investidos, ou 12,96% do orçamento do Estado. “O percentual obrigatório mínimo é de 12%. Nosso investimento foi superior ao que é exigido constitucionalmente. Este número é o mais alto dos últimos 10 anos”, reforçou.

Ele destacou ainda a queda no índice da mortalidade materno-infantil. “Pela primeira vez na história do Paraná, temos um percentual inferior a 10%. Conseguimos uma grande redução em relação a 2019, atingindo o índice de 9,5% em 2020 com ações que garantem que os paranaenses nasçam bem e com saúde em nosso estado”.

Segundo o diretor, em 2020, englobadas todas as fontes e recursos disponíveis (entre eles os repassados pela Assembleia Legislativa) 86,42% do montante foi despendido em ações de combate à covid-19.

De acordo com o secretário, o Paraná fechou o ano de 2020 com média móvel de mortes e casos em queda. “A ocupação de leitos no encerramento do ano era de 56%. O número de testes realizados no Paraná no ano passado foi de 1.407.870”.

O cenário atual é de 722 mil casos e 12,5 mil mortes até o momento. O numero médio de mortes é de 57 por dia, acima da média nacional. “Vemos um expressivo aumento de internamentos nos últimos dias”, alertou.

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