Por Millena Sartori/dcmais
O modelo do leilão para a definição dos novos contratos de concessão de rodovias paranaenses será colocado em debate oficial na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep). Segundo o deputado estadual Hussein Bakri (PSD), líder do governo da Alep, a única certeza que se tem até o momento é que “pelo menos, na pior das hipóteses, o pedágio será 50% mais barato”. A declaração foi dada em entrevista concedida ao vivo ao portal dcmais e jornal Diário dos Campos, na qual o político comentou como deve ser feita a discussão do projeto e também outros assuntos, como a vacinação contra covid-19 e novas pavimentações e projetos para Ponta Grossa.
“Esse pedágio que esta aí [atualmente] é uma vergonha, um escárnio, um assalto à mão armada. São poucos serviços prestados, não tem obras… realmente isso não pode e não vai continuar. Precisamos criar um modelo que seja barato, pois em função do tempo que as empresas exploram [30 anos] elas ganham muito dinheiro, mas também que as obras sejam feitas e não no final do contrato, mas no início”, afirmou Bakri.
O Ministério da Infraestrutura aprovou um estudo que sugere um modelo híbrido de leilão, que leve em conta não apenas a menor tarifa oferecida, mas também o valor de outorga – uma espécie de contrapartida paga pela concessionária, da qual uma parte pode ir para os cofres da União e outra para investimentos de infraestrutura. O projeto tem enfrentado a resistência de muitos deputados e lideranças, que pedem que a escolha das empresas seja feita apenas pela menor tarifa.
“O melhor é ter um preço justo, mas com a garantia de novas obras. Muita gente compara o pedágio do Paraná com o de Santa Catarina, que é R$ 2, R$ 3. Mas lá não tem obras, apenas tapa-buracos”, rebateu o deputado.
Segundo o líder do Governo do Estado na Alep, em fevereiro e março serão iniciados os debates na Assembleia e audiências públicas. “O final dos contratos vigentes é em novembro. Não tenho condições de afirmar, mas se tudo der certo e não tiver brigas jurídicas é uma questão de meses para definir tudo”, disse Hussein Bakri.
Modelo proposto
Entre diversos pontos, como a criação de 15 novas praças de pedágios, execução de novos contornos, duplicações e demais obras de infraestrutura, o estudo também sugere o desconto que deve ser aplicado em cada pedágio existente hoje no estado, que varia de 21% a 65%, além da tarifa para os pontos que deverão ser criados.
Investimentos em Ponta Grossa
O deputado estadual Hussein Bakri esteve em Ponta Grossa nesta quinta-feira (21) para cumprir uma série de agendas com lideranças políticas. Entre elas, citou a entrega de uma viatura para a Patrulha Maria da Penha, reunião com o comando local da Polícia Militar para discutir a necessidade de aumento de efetivo, já que o Estado autorizou concurso para admitir novos policiais, conversas com vereadores para definição de demandas e com a prefeita Elizabeth Schmidt para traçar prioridades.
“Na quarta [20], após a assinatura da ampliação da Ambev, sentamos eu, a prefeita Elizabeth, o secretário Sandro Alex e o governador Ratinho Junior para conversar sobre novos projetos para Ponta Grossa. A cidade deve receber um pacote de obras fantástico de pavimentação asfáltica pelo menos nos próximos dois anos, que é o tempo do primeiro mandato do governador. A prefeita está autorizada a elaborar vários projetos com foco na questão da pavimentação”, contou ele.
Questionado sobre a promessa do Governo do Estado, na campanha política de Elizabeth, de pavimentar 100% da cidade, o deputado afirmou que as primeiras obras devem ser no Distrito Industrial. “Um compromisso meu é melhorar a região industrial. Existe parte muito ruim, de chão batido mesmo, e muitas pessoas e trabalhadores em geral trafegam a pé e de bicicleta. Se Deus quiser ainda esse ano vamos iniciar essas melhorias”, garantiu Bakri.
“4 milhões de paranaenses serão vacinados até maio”
O líder do governo na Assembleia também comentou outros assuntos importantes em meio à pandemia, como a volta às aulas, programada para o dia 18 de fevereiro na rede estadual, e a logística de vacinação contra a covid-19. “Temos agora a chinesa Coronavac e com a russa Sputinik o Governo do Estado tem uma espécie de acordo: guarda-se a validação da vacina para iniciar as tratativas de recebimento. Eu, por exemplo, tomo vacina de onde vier desde que tenha a provação da Anvisa, que dá a garantia da eficácia”, comentou Hussein Bakri.
Sobre a possibilidade de o próprio estado comprar doses de vacina, independentemente do Governo Federal, o deputado disse que aguarda-se a liberação do Ministério da Saúde. “Todos os estados estão pedindo isso e acho que se caminha para isso, principalmente por conta dos problemas burocráticos de não chegar a vacina como esperávamos. O Paraná está organizado para vacinar 4 milhões de pessoas até maio, um pouco mais de um terço da população, e o desejo é terminar no final do ano/início de 2022”, destacou Bakri.
