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Setembro amarelo: 5 sinais que ajudam na prevenção ao suicídio

Isolamento é um dos sinais de propensão ao suicídio (Arquivo DC)

O mês de setembro é dedicado a um maior debate em relação ao problema do suicídio e suas formas de prevenção. Existe um consenso entre especialistas, sugerindo que as pessoas costumam dar sinais de que podem cometer um ato contra a própria vida. Para isso, muitas vezes basta olhar com atenção para quem está ao lado.

O psicólogo analítico Kléber Marinho*, especialista em casos severos como esquizofrenia, depressão profunda, álcool e drogas, trabalha com pacientes que têm potencial suicida. Ele elenca os cinco principais sinais de alerta, que podem indicar que alguém está precisando de ajuda. Confira abaixo como colaborar na prevenção:

Isolamento

Um indício forte de que algo está acontecendo é o isolamento da pessoa. Como resultado, o indivíduo se fecha e não desenvolve mais interesse por coisas que antes gostava de fazer. “Observar principalmente adolescente se estão muito no quarto. Mesmo respeitando o espaço deles é importante observar essa falta de movimento”, explica o profissional.

Falas negativas

De acordo com o psicólogo, algumas manifestações verbais não podem ser vistas meramente como chantagem ou um jeito de chamar atenção. “Dessa forma, muitas pessoas acreditam que quem diz que quer cometer suicídio, não faz. Essa situação é preocupante sim. Falas como “perdi o sentido da vida”, “quero sumir”, “vou deixar vocês em paz” ou que sinalizem baixa autoestima devem ser ouvidas com cautela e acolhimento”, afirma Marinho.

Falta de diálogo

O peso e a tristeza profunda que assolam a pessoa que pensa em acabar com a própria vida é imensa. Portanto, com medo de ser julgada ou de causar mais problemas aos que estão à sua volta, a pessoa se fecha e não fala de seus sentimentos. “É sempre importante insistir no diálogo, de forma respeitosa, porém é necessário procurar um lugar calmo e um momento de tranquilidade para isso. Oferecer ajuda especializada e canais de suporte são essenciais “, aconselha o psicólogo.

Depressão, álcool ou drogas

A maioria de pessoas que se suicidaram apresentavam um quadro de depressão. O abuso do álcool ou o uso de substâncias tóxicas agravam o caso e intensificam a impulsividade. “Drogas podem servir de gatilho para pessoas que já apresentam um comportamento suicida”, explica Kléber.

Redes sociais

Outro sinal que pode ser observado são “pedidos de ajuda” camuflados nas mídias sociais, sinalizando que estão com problemas ou quando seguem páginas relacionadas a morte. “Portanto, outra evidência é quando o usuário compartilha com seus amigos conteúdo impróprio que incitem o suicídio”.

*No entanto, outras mudanças de comportamento, como alimentação, sono e agressividade devem ser observadas. Assim que um ou mais desses sinais forem identificados, é preciso conversar de forma acolhedora e empática, e em seguida procurar ajuda especializada.

Sobre o especialista

Kléber Maia Marinho* é psicólogo analítico. Possui mais de 20 anos de experiência em atendimento clínico, institucional e hospitalar na área da saúde mental em geral; tem grande experiência com pacientes dependentes químicos e com patologias severas. Atende adolescentes e pré-adolescentes, família, casais e atendimento individuais.

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