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Maioria das autoescolas de PG continua sem simulador

Rodrigo Covolan
Simulador é etapa da formação de condutores antes de irem para as aulas práticas no trânsito real

Alunos de Centros de Formação de Condutores (CFCs), as chamada autoescolas, começam neste mês a fazer uso dos simuladores de direção, exigidos através de determinação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Os equipamentos apresentam aos alunos uma realidade virtual que simula o ambiente de situações vividas no dia a dia do trânsito, e é exigido para todos que estão fazendo a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) Categoria B (veículo motorizado com até oito lugares) pela primeira vez. No entanto, um levantamento feito pelo Diário dos Campos através do Sistema Detran/PR aponta que, em Ponta Grossa, apenas oito das 17 autoescolas credenciadas oferecem o serviço. Ou seja, 52% dos CFCs continua não atendendo à determinação do Contran.

 

As empresas que atenderam à exigência oferecem o serviço de duas formas: no próprio estabelecimento, ou em estabelecimento conveniado. Em Ponta Grossa, pelo menos seis dessas instituições (dados do Detran-PR) disponibilizam o simulador em uma outra empresa, cujo uso é agendado e compartilhado entre elas. Foi uma forma encontrada para evitar que o valor investido no uso do equipamento acabasse encarecendo, ainda mais, o curso pago pelo aluno na autoescola. No entanto, o candidato a novo motorista precisa pagar, à parte, os custos para uso do aparelho, que giram em torno de R$ 300.

Heitor José Malaquias é instrutor e administrador da única autoescola da cidade que optou por adquirir o equipamento e oferecer o serviço na própria empresa. Apesar de ser proprietário do simulador, ele ainda precisa pagar uma taxa mensal pela utilização do software. Malaquias afirma que viu vantagem financeira em adquirir a máquina. “Além de ter uma economia anual, o custo do uso do simulador ficou mais barato para o aluno”, explica. Mas ele questiona a vantagem do aparelho na formação do condutor. “Como instrutor, acho que a aula prática na rua é muito diferente do simulador. Ele não dá a veracidade da aula com um carro de verdade no qual, se o aluno fizer algo de errado, tem uma reação real na mesma hora”, opina.

 

Uso do equipamento é adiado desde 2013

O uso obrigatório do equipamento foi determinado pelo Contran ainda em 2013, conforme as Resoluções nº 422 e 423. No entanto, um debate que incluiu processos movidos por autoescolas e protestos que pararam o trânsito fizeram com que a medida fosse postergada diversas vezes. No Paraná, a cobrança foi mais incisiva no segundo semestre de 2016. Como os alunos continuam passando por todo o conteúdo teórico antes do simulador, somente agora o uso do equipamento se intensificou. Os alunos continuam tendo a obrigatoriedade de fazer as aulas práticas, também no trânsito real.

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