A concessionária CCR Rodonorte marcou para a tarde da próxima segunda-feira (31) coletiva de imprensa em que a diretora-presidente da CCR Rodonorte, Thais Labre irá detalhar o início das obras dos novos viadutos e acessos no perímetro urbano da BR-373, na Avenida Souza Naves, e na BR-376, no Contorno Leste. As obras serão executadas pela concessionária CCR Rodonorte, pelo acordo de leniência firmado com o Ministério Público Federal, em 2019 – em desdobramento da Operação Lava Jato.
Na BR-373, as obras se concentrarão nos kms 173, na região do Jardim Sabará e no km 180, na região da Bocaina. No km 173, a rodovia será rebaixada e o tráfego urbano deverá se concentrar nas marginais que estarão nos dois sentidos da via, além de criação de uma faixa que permitirá o retorno de um sentido para o outro. Já na região da Bocaina, a rodovia será elevada e as marginais, como também o acesso e o retorno aos bairros próximos a este ponto, serão feitos no nível atual da via. O objetivo com as obras é que a avenida ganhe mais segurança, conforto e fluidez.
Nos dois segmentos, a concessionária vem realizando serviços preliminares: depois de retirada de árvores e ajustes em postes de iluminação, os trabalhos se concentram na implantação de sinalização vertical e horizontal. A concessionária aguardava a aprovação do projeto final pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER) para iniciar as obras. O Diário dos Campos entrou em contato com o DER para verificar se a aprovação já ocorreu, mas não obteve retorno até o final da tarde desta quinta-feira (27).
Já na BR-376, as obras acontecerão no km 499, no acesso ao Contorno Leste, próximo ao Distrito Industrial e entrada da cidade. A obra deve ser mais uma alternativa de acesso em um ponto alto de fluxo. No local, o dispositivo a ser construído será uma trincheira, com pistas marginais. A rodovia permanecerá no nível atual e os acessos comerciais e industriais serão mantidos, além do acesso em desnível ao Contorno Leste. Neste caso, a obra já teve projeto final aprovado pelo DER.
Em andamento
Entre as obras previstas no acordo de leniência e que já estão em andamento em Ponta Grossa está o acesso secundário à PR-151, no km 318, próximo à DAF. As obras iniciaram no final de julho e incluem uma trincheira, com alças direcionais, para possibilitar a travessia em desnível para quem chega a Ponta Grossa e também para segue pela PR-151, sentido Carambeí. O dispositivo contará com pistas em três níveis diferentes, para permitir todas as movimentações entre sentidos. Em Ponta Grossa, as obras somam R$ 100 milhões.
Total
Ao todo, a CCR Rodonorte deve investir R$ 482 milhões em obras até novembro de 2021 em 16 frentes de trabalho pelo Paraná. Deste valor, R$ 365 milhões correspondem ao acordo de leniência firmado com o MPF, em 13 frentes de trabalho. Das 16 obras, dez já estão com máquinas na pista: a BR-376 entre as cidades de Ponta Grossa e Apucarana, tem obras dois novos pontos de trabalho em Imbaú, entre os kms 394 e 403; três frentes de duplicação em Ortigueira. Já a PR-151 tem obras de interseções em Ponta Grossa, Castro e Piraí do Sul e a BR-277, em Campo Largo, recebe obras de novos acessos na regiões do Jardim Guarany e Cercadinho.
Ação judicial tenta impedir obra na Souza Naves
As obras na Souza Naves ainda não começaram mas têm sido alvo de muita polêmica. Isso porque um grupo de empresários e moradores entrou na Justiça Federal pedindo a paralisação das obras na região do Jardim Sabará.
Depois de negar liminar que pedia embargo da obra, o juízo da 2ª Vara Federal de Ponta Grossa, Antônio César Bochenek, diante de novos documentos apresentados pelos autores da ação, em meados de agosto, intimou as partes rés da ação – DER-PR, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Município de Ponta Grossa, CCR Rodonorte e União – para que apresentem documentos e informações que entendam necessários para esclarecimento dos pedidos da parte autora da ação. A justificativa do grupo autor da ação é que a população atingida pelas obras não foi informada ou consultada sobre as alterações previstas, e que a obra não teria o licenciamento urbanístico, desrespeitando Plano Diretor.