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Ponta Grossa terá final de semana sem ônibus

Pagamento deve colocar fim à paralisação total do transporte coletivo. (Foto: José Aldinan)

Com dois meses de salários atrasados, os funcionários da Viação Campos Gerais (VCG), concessionária do transporte coletivo de Ponta Grossa, devem continuar em greve e a cidade ficará sem o serviço no final de semana, o que deve, inclusive, impactar na movimentação no comércio neste sábado (8) véspera do Dia das Mães. A expectativa era que nesta sexta-feira os cerca de 1,1 mil funcionários recebessem os salários referentes a março.

Em despacho no final da manhã de sexta-feira (7), a juíza do trabalho substituta, Christiane Bimbatti, da 3ª Vara do Trabalho de Ponta Grossa, determinou que a Viação Campos Gerais (VCG), concessionária responsável pelo transporte público de Ponta Grossa, comprovasse o depósito judicial do saldo devido, em complemento aos bloqueios já realizados, no prazo de 24 horas.

Antes disso, na quinta-feira (7), a Justiça do Trabalho havia negado um pedido conjunto feito pela Viação Campos Gerais (VCG) e o Sintropas para liberar os recursos apreendidos por meio de bloqueio das contas bancárias da concessionária, para pagar os salários atrasados de março. Com os cerca de R$ 400 mil apreendidos e a arrecadação dos últimos dias, seria possível efetivar o pagamento. Diante da negativa, o Sintropas convocou a greve geral e na manhã desta sexta-feira (7) impediu que os ônibus que iriam buscar os funcionários na madrugada saíssem da garagem da empresa. Segundo o sindicato, os serviços só voltarão a funcionar diante da quitação dos salários atrasados.

Em entrevista ao vivo para o dcmais na manhã desta sexta-feira (7), de forma remota, o diretor de relações institucionais da Viação Campos Gerais (VCG), Rodrigo Venske, ressaltou que existiam saldos bloqueados em favor da justiça suficiente para fazer o pagamento da folha vencida em abril. “Peticionamos junto com o Sindicato um pedido para que a justiça determinasse o levantamento destes bloqueios para que os valores fossem disponibilizados para os mais de mil funcionários. Isso era importante porque é difícil fazer mais de mil transferências bancárias. Como temos um sistema próprio para isso, faríamos rapidamente, em cerca de 20 minutos, pedido que foi negado”, afirma. Venske ressaltou que a empresa dependia que os valores fossem liberados até as 17 horas desta sexta-feira para que o pagamento pudesse ser viabilizado.

No entanto, Venske destacou, durante a entrevista, que a empresa tem apenas o recurso para uma folha completa – o que totaliza pouco mais de R$ 1 milhão, em valores líquidos. “Para a folha que vence nesta sexta-feira, dia 7 de maio, dependemos do giro da catraca diário para que haja o pagamento. Esperamos que o sistema seja restabelecido o mais rápido possível para que possamos arrecadar o valor e fazer o pagamento da folha de abril”.

Venske adiantou que na segunda-feira (10) a empresa tem uma nova audiência com desembargador do Tribunal Regional do Trabalho. “Esperamos sair desta reunião com soluções definitivas, porque rodar com 50% da frota também gera uma queda de arrecadação: quanto menos ônibus na rua, menor a arrecadação para o pagamento do salário dos funcionários”, diz. Desde o início de abril, , 50% dos funcionários estavam paralisados e o transporte coletivo vinha operando com 50% da frota.

Questionado por uma leitora do dcmais sobre a possibilidade de a empresa fazer empréstimo para o pagamento da folha, Venske afirmou que neste momento a VCG está impossibilitada de fazer qualquer empréstimo bancário, “porque já fizemos todos os empréstimos possíveis até aqui, por isso mesmo somos a última empresa [de transporte coletivo] de município grande do estado que teve paralisação como a que está tendo agora”, aponta.

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