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Pauliki: “Não tenho arrependimento nenhum de entrar na política”

Rodrigo Covolan
Marcio Pauliki faz balanço de primeiro ano como deputado estadual e sua primeira experiência como agente público

Até as eleições de 2012, Marcio Pauliki não havia se arriscado na política. Até então empresário, Pauliki se lançou candidato a prefeito, não sendo eleito e acabando em terceiro lugar. Dois anos depois, no entanto, acabou sendo eleito deputado estadual pelo PDT. Ao assumir a cadeira na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Marcio Pauliki chegou em um ano de crise política, ajuste fiscal por parte do governo estadual, além de uma crise com o funcionalismo, que teve greve de professores, culminando em uma batalha na frente da Alep, em abril deste ano.

Ainda assim, o empresário e agora política assegura: não se arrepende de ter ingressado na política. ““Não tenho arrependimento nenhum de entrar na política”, frisa.

Em entrevista exclusiva ao Diário dos Campos, o parlamentar faz um balanço de seu primeiro ano como deputado, comenta os ajustes feitos pelo governo (“necessários”, segundo Pauliki), e não descarta uma candidatura para a Prefeito no ano que vem. Confira trechos da entrevista:

 

Balanço do primeiro ano de mandato

“Foi um ano de muito aprendizado, mas de muitas conquistas e tenho orgulho de dizer que não perdi a minha origem associativista e comunitária. Foi ao encontro daqueles que acreditaram em mim com seu voto e apoio. A primeira conquista na Alep foi ter conseguido uma importante representatividade como presidente da Comissão de Indústria e Comércio, que de imediato mudei de nome, para ‘Indústria, Comércio Emprego e Renda’, porque a partir do momento que se defende os pequenos e médios empresários, está defendendo o emprego. Como exemplo, conseguimos aprovar o ‘Primeiro Emprego Paranaense’, que faz com que principalmente aquelas empresas que estão o no Paraná Competitivo tenham que reservar 10% das vagas para jovens que buscam o primeiro emprego. Também tem algumas leis que parecem pequenas, mas são importantes para o dia a dia do cidadão, como a alteração da lei que permite que parentes de segundo grau façam a identificação de corpos no IML. E tem algumas que participei ativamente do processo, que é o caso de um trabalho de oncologia pediátrica, seja feita aqui e não em Curitiba. Enquanto isso não ocorre, nós conseguimos aprovar uma lei em agosto, que não estava sendo cumprida mas que agora está regulamentada, em que a pessoa que seja portadora de uma doença degenerativa, como o câncer, por exemplo, que precisa fazer tratamento continuo em outra cidade, seja isento de pedágio. Estive ativo na questão da nota Fiscal Paraná, em que as pessoas já estão recebendo parte dos valores (que ainda são pequenos, gostaria que outros produtos entrassem nessa lista), mas mais do que isso, a partir do ano que vem fiz uma proposta: para a pessoa, se quiser, doar esse ressarcimento da nota fiscal para entidades cadastradas. As vezes é R$ 5 ou R$ 10 do consumidor, mas centenas ou milhares poderão contribuir com as entidades, que hoje sofrem com a falta de atenção do poder público”.

 

Emendas para o ano que vem

“Tenho certeza que vamos ser atendidos, porque tenho um aparo técnico muito grande. Conseguimos entregar projetos para o Estado, que são dessas emendas, eu tenho sido muito bem recebido pelos secretários, porque o Governo do Estado – mesmo lá no início do ano eu ter votado contra o Governo – tem me atendido porque é um governo técnico. Claro que existe uma questão política, mas quando se apresenta para eles subsídios bem embasados, ele tem atendido. Tenho um respeito pelo Governo do Estado, porque ele abre portas para quem realmente está mostrando serviço. Tenho sido atendido e estou na expectativa de que possamos ter um bom trabalho em conjunto, mesmo sendo da bancada independente. E tomo como exemplo o que os demais deputados de Ponta Grossa estão fazendo, tomo como exemplo a última sessão, que nos unimos e impedimos a venda da Codapar. E vejo que quando o assunto é a região, os três deputados trabalham juntos”.

 

 

Acontecimentos de abril na Alep

“Imagina chegar na Assembleia nas primeiras semanas e já tendo toda aquela confusão. Acredito que aquilo realmente marcou todos nós. Não só os deputados, mas a comunidade. Eu não abro mão de ter minha independência, sou filho de professores, mas não só por isso, sou empresário e sei o quanto é importante a manutenção do poder de compra das pessoas. E isso só se faz com o reajuste acima da inflação. Quanto mais as pessoas ganham, mais elas consomem, mais empregos são gerados. Não podemos abrir mão disso, fui totalmente contra o Estado não repor a inflação. Na verdade discordei da forma que foi realizada aquela questão da assembleia, que era a comissão geral. Fui o primeiro deputado a subir no plenário e ir contra a comissão geral. Quando você vota diversos projetos de lei em um mesmo pacote, você diz sim ou não para todos. Por exemplo, a Nota Fiscal Paraná, que é uma coisa espetacular, ou o Cadin, que mostra quem não está a par com suas obrigações, isso tava no mesmo pacote que a retirada de valores do Paranaprevidência, que é uma coisa totalmente diferente”.

 

Reajuste do governo

“Eu tenho de convir que o Governo do Estado tinha uma necessidade de fazer um ajuste fiscal, apesar de ser um ajuste muito difícil, porque pesa no bolso do consumidor, do empresário, com aumento de impostos. Mas é um remédio amargo que vai fazer com que o governo no ano que vem seja um dos únicos a permanecer firme e forte com seus compromissos, tanto é que chega hoje em uma posição de destaque, como quarto estado do país, em termos de competitividade é o segundo do país, perdendo só para São Paulo. E isso faz com que tenhamos uma expectativa de que a região vai receber investimentos, tanto na área de infraestrutura mas também na saúde, tenho certeza que no ano que vem vai ser muito bom em investimentos e a nossa região vai finalmente vai mostrar o quanto é competitividade e importante para o Paraná.”

 

 

Candidatura a prefeito

“Não fugimos da raia. Ano que vem vamos ter um candidato à prefeitura, independente de quem seja. Pode ser eu, ou outra pessoa, vai depender muito do que acontecer em maio, junho, onde a gente vai analisar. Agora nós vamos elaborar um bom plano de governo, não só para Ponta Grossa, mas hoje o PDT vai lançar uma cartilha em todo estado. Com um plano que não é feito de promessas, que é um plano técnico, onde tem o dinheiro e como ele vai ser aplicado. A partir do momento que você mostra que vai fazer tal coisa, e que o recurso vai ser retirado de tal lugar, acredito que será mais receptivo às pessoas. Elas não querem mais promessas, com sorriso teatral. Tem de mostrar como vai ser um bom gestor, com os recursos que tem. Você não vai conseguir fazer tudo, Ponta Grossa é uma cidade que tem a metade do orçamento de outras cidades do mesmo porte, e tem metade de sua infraestrutura para se fazer também. Aqui precisamos de um bom plano de estado, não de governo, que é aquele que é feito a cada quatro anos e depois vem outro e desfaz. Precisamos de um plano que permaneça ao longo de muitos anos. O que falta para nossa cidade é justamente uma continuidade de um plano de estado, para que daqui 20 anos possamos ter uma cidade melhor. E aí pensar não na próxima eleição, mas nas próximas gerações.”

 

 

Experiência na política

“Tinha medo de me arrepender. E na verdade entrei com mais gana. Muitos dizem que quando se entra lá (no meio político), acaba entrando em uma zona de conforto, de acomodação. Mas a cada mês eu tenho mais energia, porque a minha força de vontade, a vontade política vai se transformando em força política, a medida que você vai conhecendo as pessoas e ganhando respeito. E eu estou feliz porque aumentou a vontade, a coragem e determinação. Ano que vem podem esperar de mim muito mais coragem e muito mais compromisso.”

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