Após a alta de R$ 0,90 por litro de diesel vendido pela Petrobras às distribuidoras, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) recomendou às empresas do setor altas de quase 40% no preço do frete brasileiro.
“Destacamos que o diesel é um dos maiores custos nos insumos da atividade de transporte, chegando a média de 35% para uma transportadora e podendo chegar a 50%”, explica a entidade, que acredita que o repasse do reajuste “é a única solução para o problema trazido pelos constantes aumentos no preço do diesel e para os altos índices de reajuste que vêm ocorrendo”.
Para a NTC&Logística, o reajuste de 24,9% no preço do diesel “acarreta a necessidade de reajuste adicional no frete de, no mínimo, 8,75%, fator este que deve ser aplicado emergencialmente nos fretes, acumulando um reajuste total de 28,96% na carga fracionada e 38,82% na carga lotação”.
“A NTC&Logística reitera a importância do transportador negociar a inclusão nos contratos antigos e colocar nos novos contratos um gatilho para os aumentos do diesel”, destaca, em comunicado oficial.
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Preços represados
A associação também lembra que os transportadores ainda estão negociando com os seus clientes o repasse dos quase 50% de aumento que aconteceram em 2021. “Acreditava-se que, com a previsão de término da pandemia, os preços voltassem a ficar mais estáveis, porém a guerra entre Rússia e Ucrânia vem acarretando elevação do preço do barril de petróleo nunca vista, com graves reflexos no diesel”, recorda.
Segundo ela, a última reunião do Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado da NTC&Logística (CONET), realizada em fevereiro, já constatava a necessidade de recomposição do preço do frete em razão dos aumentos dos insumos do transporte – o que fica ainda mais em pauta com o recente reajuste dos combustíveis.
A seguir, confira alguns gráficos divulgados pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística). O comunicado completo que recomenda a alta no preço do frete pode ser acessado através deste link.
Alta no preço dos combustíveis
A Petrobras anunciou reajustou na última sexta-feira (11) os preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha (GLP). As altas são válidas para o preço de venda da Petrobras às distribuidoras. O acréscimo ao consumidor na bomba do posto normalmente chega diferente porque o valor ainda é acrescido de impostos estaduais e federais e também margem de lucro dos outros atores da cadeia. Saiba mais sobre a composição dos preços neste link.
- Gasolina: alta de R$ 0,61/litro ou 18,9%. Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro, a alta é de R$ 0,54/litro ou 18,5%
- Diesel: alta de R$ 0,90/litro ou 24,9%. Considerando a mistura obrigatória de 10% de biodiesel, a alta é de R$ 0,8/litro ou 24,9%
- Gás de cozinha (GLP): alta de R$ 0,62 por kg ou 16%. No botijão de 13 kg, o mais comum no uso residencial, a alta é de R$ 8,06.