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As acusações contra Temer são graves e precisam ser investigadas

O País passa por um momento político muito delicado. Pouco mais de um ano depois de termos tido uma presidente afastada por impeachment, voltamos a analisar uma denúncia contra um presidente da República. Desta vez por corrupção passiva.

Não estaríamos passando por isso se a chapa Dilma/Temer tivesse sido condenada no julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em tempo hábil para a realização de nova eleição. Julgamento este que, além de tardio, deixou de analisar provas contundentes contra a chapa vencedora nas eleições de 2014.

Já a denúncia contra o presidente é grave e a investigação deve continuar. O País passa por um profundo processo de combate a corrupção, através de operações como a Lava-Jato. É hora de se investigar e punir os culpados. E, neste caso, não cabe aos deputados fazer o julgamento se houve ou não crime na denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra Temer. Nos cabe apenas autorizar o julgamento, que será feito por autoridades altamente capacitadas: os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A denúncia está baseada em provas e contém uma gravação, periciada pela Polícia Federal, que envolve o presidente. Os juízes deste caso são ministros, que não precisam se submeter às urnas, a troca de favores por cargos ou mesmo por emendas. Eles possuem independência para fazer o julgamento e podem, inclusive, rejeitar a denúncia. O que nos preocupa é o oportunismo dos discursos. O País não pode mais ficar refém da polarização política.

Por outro lado, ao contrário do que muitos acreditam, a permanência de Temer no poder não contribui para a estabilidade política e principalmente econômica. O recorde de reprovação de seu Governo, aliado ao seu enfraquecimento político, o tornou um presidente sem sustentabilidade, o que afasta os investimentos para o País e nos deixa cada vez mais distantes do caminho da estabilidade política e da volta do crescimento.

 

Aliel Machado

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