Lílian Gomes – CRP 08/17889
Nem sempre tomamos conhecimento desse termo: significa o vício em jogos de azar, mesmo esses trazendo sérios comprometimentos e se caracteriza pelo desejo incontrolável de ganho fácil, muitas emoções e pensamentos automáticos, recorrentes e até obsessivos. “A pessoa pensa frequentemente em jogar, planejando a próxima sessão e como obter mais dinheiro para jogar e até subir seu “status social”. E isso pode ocasionar perda de controle do tempo e do gasto.
“O vício em jogos de azar pode levar a problemas financeiros, conflitos familiares, ansiedade, depressão e até ideação suicida.”
Essa é uma situação que afeta não só o jogador contumaz, como toda a família, podendo comprometer bens adquiridos, trabalho, educação dos filhos, distanciamentos afetivos.
“O primeiro passo é reconhecer que há um problema com o jogo e estar disposto a enfrentá-lo. Isso envolve aceitar que o jogo se tornou destrutivo e está causando problemas em várias áreas da vida”.
Importante se faz, reconhecer e identificar quais os gatilhos que impulsionam a esse “vício” e buscar redes de apoio, tanto profissionais como familiares.
Que vazio existencial é esse que pode desencadear a “ludopatia”? Ou o apelo social é mais forte do que a pessoa pode aguentar e sucumbe? Qual o nível de estresse, de solidão, de falta de sentido à vida, que pode levar a isso?
Essa patologia, está afetando muitas pessoas e deveria ser tratada como “saúde pública”, pois pode interferir nas relações sociais, ocasionando conflitos familiares.
“Os jogos de azar despertam prazer imediato, tanto quanto as drogas, e podem instigar diversas partes do cérebro, como o córtex pré-frontal, responsável pelas tomadas de decisões, e o córtex frontal orbital, que regula o controle das emoções”.
O vício em jogos causa tantos problemas de saúde física e mental que chegou a ser reconhecido oficialmente como um transtorno com classificação no CID(código internacional de doenças), isto é, tecnicamente, uma doença reconhecida até mesmo nos padrões internacionais.
Portanto, necessária a fiscalização e o controle dos chamados “jogos lícitos” para não corrermos o risco de “por trás” deles os “ilícitos” dominarem. Já sabemos que em nosso país, de 500 a 600 sites de apostas serão retirados. Essa é uma possibilidade da diminuição dos casos de “ludopatia”, de lavagem de dinheiro e até de prevenção ao aliciamento de menores nessa prática.
Quando o vício já se estabeleceu, tratamentos psiquiátricos e psicológicos poderão ser de grande valia e adaptados a todas as necessidades. Grupos de apoio também farão a sustentação pela troca de experiências e suporte emocional. Sempre haverá saída, basta querer encontrá-la!