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Celular e Escola

Lílian Yara de Oliveira Gomes – CRP 08/17889

“O governo federal prepara para o mês que vem um projeto de lei que vai propor a proibição do uso do celular nas escolas brasileiras”. Também sabemos que a “Unesco orienta que o aparelho celular tira a concentração dos alunos e que essa medida já foi adotada em outros países”.

Quanto a isso, cabem inúmeras considerações: – o uso de celulares e outras telas por crianças e adolescentes pode comprometer o desenvolvimento cerebral; – crianças e adolescentes precisam de interações interpessoais diretas e não com “intermediação”; – a interação desenvolve habilidades e afetos, incentiva o confronto saudável da argumentação e da ação; – contato impessoal, intermediado pela tela, pode gerar transtornos como ansiedade, desgaste visual, dificuldades para dormir, problemas de aprendizagem, estresse, depressão, tristeza; – pode desencadear baixa autoestima e isolamento social.

“Cérebros são moldados conforme a passagem do tempo e, ao serem alvo de estímulos rápidos provocados por celulares e tablets, não são treinados para se concentrar por período maior”.

Em nosso cotidiano, ouvimos muitas queixas de que “as crianças/adolescentes não prestam atenção às orientações dadas pelos pais e ou professores, pois parecem estar desligados do momento presente”. Isso porque estão habituados a estímulos muito rápidos, de “curtidas, comentários e atualização constantes”. Essas, provocam “a liberação de dopamina no cérebro, neurotransmissor que dá sensação de prazer e satisfação”. E, dopamina vicia e faz com que haja cada vez maior necessidade desses estímulos. E também, dessa forma o “cérebro  passa a ser recrutado por esses estímulos rápidos desencadeando uma forma de pensamento preponderante”, como nos orienta o psicólogo Cristiano Nabuco, PhD em psicologia clínica de dependências tecnológicas.

 Sabemos em que tempos vivemos! A tecnologia está aí para nos servir e não para nos escravizar. Podemos fazer controle disso. Podemos criar zonas livres de tela e estabelecer o “detox digital”. Podemos estabelecer combinados para realizar encontros ao ar livre, praticar esportes, curtir o “não fazer nada”,  e dar o exemplo.

O celular pode até ir à escola para auxiliar nas atividades, mas o recreio… esse é espaço de troca, de diálogo, de brincadeiras, de correria, de fala!

A pausa real e digital, descansa a mente, estimula a criatividade e ajuda a desenvolver o cérebro.

Pensemos nisso!     

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