em

Jacob Holzmann

Comerciante, músico, maestro, político, pioneiro no entretenimento e no jornalismo impresso em Ponta Grossa, Jacob Holzmann foi um grande exemplo de empreendedor. Seu nome está eternizado em uma importante rua do bairro de Olarias.

Holzmann nasceu na Russia. Chegou a Ponta Grossa com 2 anos de idade, numa leva de imigrantes em 1877. Seu pai tinha uma loja de tecidos e variedades. A primeira atividade do garoto Jacob foi vender pães e pepino azedo que sua mãe preparava em casa. Seu interesse pela música o levou a trabalhar na alfaiataria do Seu Valério, que era músico e lhe ensinou as primeiras lições. Com 21 anos já tinha sua própria alfaiataria . Casou-se com a brasileira Maria Joana Guimarães, que lhe deu 11 filhos. Para impor respeito e fugir do apelido de russinho, que detestava, juntou economias e adquiriu a patente de Capitão da Guarda Nacional. Mais tarde foi promovido a coronel. Em 1899, com um grupo de amigos, fundou o Gremio Musical Lyra dos Campos. No início dos anos 1900 havia uma grande rivalidade entre grupos musicais que disputavam espaço nas igrejas, festas religiosas e solenidades . A maior concorrente da Lyra dos Campos era a Aurora Pontagrossense , regida por Manuel Cirillo, que tinha exclusividade para tocar no Teatro Santana. Com o apoio dos irmãos, Jacob Holzmann construiu o Cine Teatro Renascença, que passou a ser a sede de sua banda. Era um grande teatro , com 1300 lugares e dois andares de camarotes nas laterais, na esquina das ruas XV de Novembro e 7 de Setembro. Foi o segundo cinema de Ponta Grossa e o primeiro a exibir filmes falados no interior do estado.

O acaso colocou o jornalismo como mais uma atividade para o Maestro Holzmann. Nos anos 1800 Ponta Grossa teve vários semanários, todos com vida curta. Um deles, O Comercio, era mais um destinado a fechar por falta de assinantes e anunciantes e por perseguição política. Foi oferecido ao Cap. Jacob, que apesar de super ocupado, aceitou o desafio. Nascia O Progresso, jornal semanal impresso manualmente, página por página. Um dos seus primeiros colaboradores foi Hugo dos Reis. Em 1911, Holzmann passou o controle do jornal para a Cia. Tipográfica Pontagrossense, sociedade formada por Elyseu dos Campos Mello e outros empresários. Com os investimentos do grupo, o jornal ganhou novas máquinas e se tornou diário. Holzmann voltou para O Progresso como gerente. Hugo dos Reis comandava a redação. No primeiro dia de 1913, o jornal circulou com um novo nome: Diário dos Campos. A primeira Lyra dos campos durou 53 anos, dos quais 46 sob o comando do Maestro Holzmann, que também dirigiu a Orquestra Filarmônica de Ponta Grossa. O Cap. Holzmann, chamado de fundador da imprensa de Ponta Grossa, não tinha o curso primário completo e nunca frequentou uma escola de música.


Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.