Nesta quarta-feira se trava no Senado uma eleição que só perde em importância para as eleições de outubro. Na Câmara, já está praticamente decidida, com imensa maioria de votos reelegendo o Deputado Arthur Lira. No Senado, o favoritismo de Rodrigo Pacheco tem pela frente a candidatura de Rogério Marinho. Na verdade, não se trata apenas de Rodrigo Pacheco, mas da dupla Pacheco-Alcolumbre. O atual presidente parece confiante no “já ganhou” e se movimentou menos que seu antecessor, Senador Alcolumbre, que tem sido um cabo eleitoral incansável. Alcolumbre quer garantir sua permanência na presidência da mais importante das comissões, a de Constituição e Justiça, comissão que filtra tudo que pretenda tramitar no Senado.
Na segunda-feira, Pacheco reuniu-se com a bancada do PT, dias depois de ter recebido em casa o próprio Presidente Lula. Dizem que até ministros do Supremo têm-se preocupado em pedir votos para Pacheco. Afinal, ele não despachou nenhum dos mais de 60 requerimentos de seus pares, pedindo investigações de descumprimento da Constituição por parte de guardiões da Magna Carta, no Supremo. Talvez se tivesse dado andamento a alguns requerimentos, teríamos pacificado o ambiente institucional e político dentro de processos democráticos e evitado os atos de 8 de janeiro.
O candidato Rogério Marinho promete agir para trazer de volta o equilíbrio sonhado por Montesquieu, entre os três poderes. O que se vê, hoje, é o Supremo tendo constrangido o Executivo o governo passado, e passando por cima na inviolabilidade parlamentar “por quaisquer palavras”- como estabelece o art. 53 da Constituição. Vivemos hoje sob um inquérito em que os supostos ofendidos investigam, denunciam e julgam, com ausência do devido processo legal. Já assistimos ao Supremo transferir para prefeitos e governadores cláusulas pétreas que nem mesmo os congressistas podem mexer: direito de ir e vir, liberdade de reunião, acesso ao trabalho, ao culto, entre outros. A censura, banida pelo art. 220, vigora; a liberdade de expressão está sujeita ao arbítrio de quem decide se é “fake news” ou “ato antidemocrático”.