Na tarde desta sexta-feira, o vereador Walter José de Souza, o Valtão (PRTB), por meio de sua defesa, protocolou o pedido de renúncia ao mandato de vereador de Ponta Grossa. Segundo consta no pedido apresentado ao presidente da Câmara, Daniel Milla (PSD), e assinado por Valtão, os motivos apresentados para a renúncia são de foro particular.
Ao dcmais, na quinta-feira, um dos advogados de Valtão, Fernando Madureira, comentou que “as denúncias que vêm sendo feitas contra Valtão causaram um desgaste muito grande a ele. E, agora começaram também a criticar, ofender seus familiares – esposa e filhos. Então ele preferiu abandonar a vida pública”. A expectativa é que nos próximos dias Valtão se pronuncie sobre o assunto por meio de uma coletiva de imprensa.
Valtão e quatro empresários viraram réus por corrupção depois que a Justiça aceitou denúncia do Ministério Público em uma investigação que apura possíveis ilegalidades na contratação de empresa para a implantação e operação do Estar Digital. Ele é acusado de ter recebido propina para alterar relatório da CPI do Estar Digital, da qual era relator. Embora Valtão tenha conseguido, na última semana, habeas corpus e revogação da prisão domiciliar, não voltou a participar das sessões.
Próximo passo
Como a renúncia de Valtão, eleito para o quarto mandato de vereador em 2020, com 1.043 votos não depende de deliberação do plenário, já estando efetivada com o seu protocolo, o próximo passo da Casa de Leis é a convocação do seu suplente, Celso Cieslak, que obteve 699 votos. Ao dcmais, Cieslak – que foi vereador entre 2016 e 2020 e é o atual presidente da Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT), – afirmou que vai assumir a vaga.
Processo
A defesa de Valtão anunciou na quinta-feira que ele renunciaria ao mandato, no mesmo dia que a Comissão Parlamentar Processante (CPP) instaurada na Câmara de Vereadores de Ponta Grossa para apurar denúncia do PRTB contra o vereador protocolou o relatório final dos trabalhos, em que indica a procedência da acusação e acata o pedido de cassação de Valtão por quebra de decoro parlamentar. O próximo passo seria o agendamento de uma sessão especial de julgamento em que o plenário decidiria se cassaria seu mandato ou não, o que deixa de acontecer com o pedido de renúncia.