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VCG faz pedido de reajuste, mas sistema pede melhorias

A AMTT confirmou que a Viação Campos Gerais (VCG), empresa que administra o sistema de transporte público de Ponta Grossa, protocolou o pedido de reajuste da tarifa conforme previsto em contrato. Os dados referentes aos custos da empresa no ano de 2018 foram repassados, quase que em sua totalidade, já em 17 de janeiro. Segundo a assessoria de imprensa da Autarquia, está agendada para a tarde desta sexta-feira (15) a primeira reunião do Conselho Municipal dos Transportes (CMT).

Nesse primeiro encontro, a AMTT deve entregar aos conselheiros, representantes de diversas entidades do município, os números repassados pela empresa. Após a análise, o Conselho deve apontar qual deve ser o reajuste na tarifa de ônibus, e a AMTT deve apresentar um valor como sugestão, baseada na análise técnica dos números apresentados.

Neste ano, o reajuste deve levar em conta alguns dos ajustes que a Autarquia realizou já em 2018, no que se refere à aglutinação de linhas e mudanças em itinerários com redução de quilometragem. Também deve ser considerada a aprovação da lei 13.382, publicada em diário oficial desta terça-feira (12). O texto altera a lei 7.108/2002, e prevê que a vida útil dos veículos usados no transporte coletivo possa ser estendido em um ano.

A proposta, inclusive, foi uma das debatidas por ocasião da última reunião do CMT, que propôs reajuste de R$ 0,10 em fevereiro de 2018, quando o valor passou de R$ 3,70 para R$ 3,80, valor que contrariou a proposta técnica da AMTT (R$ 3,90). O Conselho justificou que o sistema precisava de melhorias para se manter sustentável, e que esses ajustes não poderiam ser repassados apenas no valor da tarifa e ao usuário do sistema.

 

Autrans

No esforço por otimizar o sistema e torná-lo melhor equilibrado, também, do ponto de vista financeiro, a AMTT criou novos itinerários, aglutinou linhas e testou horários em linhas que não eram alteradas desde a década de 1990. As mudanças ainda estão sendo analisadas pela população. A Autrans, associação que representa os usuários do transporte público em Ponta Grossa, informou que está protocolando, nesta semana, representação na promotoria de Justiça, do Ministério Público do Estado (MPPR), apontando prejuízo aos ponta-grossenses. Entre os documentos anexados está a opinião de dezenas de usuários, manifestas em redes sociais e apontando as consequências das mudanças.

 

TCE-PR faz 13 sugestões

Em janeiro, O TCE-PR apontou que uma auditoria teria comprovado falhas no sistema de transporte coletivo de Ponta Grossa. O relatório mostrou como positiva a total cobertura geográfica do sistema, mas fez 13 recomendações para dar mais conforto, acessibilidade e tarifa mais equilibrada. Entre as conclusões foi citada a ausência de pesquisa sobre origem-destino para apurar a demanda real de cada linha, a necessidade de criação de pelo menos mais um terminal, e uma metodologia equivocada no cálculo da planilha de custos da VCG, que teria remunerado a empresa com valor acima da média de mercado ao longo dos últimos anos. A empresa rebateu, informando que o percentual de remuneração de capital considerou parâmetros nacionais durante a elaboração da licitação, e que o maior problema do transporte, atualmente, é a tarifa com valores defasados, que o relatório não mencionou.

 

Moradores no improviso

Embora não impacte diretamente na tarifa, os pontos de ônibus e estado de conservação de ruas são apontados pela população como elementos que tornam o serviço precário em diversas regiões da cidade. A reportagem do DC visitou, nesta terça-feira (12), duas regiões onde os próprios moradores instalaram e fazem a manutenção dos abrigos. Na rua Ângela Carneiro Jacomel, os vizinhos Luiz Krema e Jussara Meiert Teixeira dividem a responsabilidade pelo cuidado com uma cobertura do ponto, segundo eles instalada provisoriamente há cerca de cinco anos com ajuda de um vereador. “A gente mesmo teve que colocar, e ainda está no lugar errado. O ponto é ali na esquina”, diz Krema.

No Jardim Londres, a principal via de acesso tem um abrigo no ponto de ônibus improvisada com lona. Foi Ailton Teixeira, 73 anos, quem fez a melhoria poucos dias atrás. “Protocolei há tempos o pedido de cobertura na prefeitura, mas nem lembro mais quando foi. A associação de bairro instalou o ponto aqui, já faz uns dois anos, as telhas quebraram, e coloquei a lona pra ajudar”, diz.

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