O técnico do NBPG, Milos Alexander Halsberger, foi preso na noite de ontem (24) após agredir e ameaçar a esposa de morte. O caso aconteceu na Vila Estrela, em Ponta Grossa. Esta não é a primeira vez que o ex-atleta tem passagem pela polícia.
Milos, de 33 anos, faz parte do projeto Novo Basquete Ponta Grossa, comandado pela Liga Desportiva do Município (LDPG), desde o início da última década. Na noite de ontem, por volta das 21h, ele teria tentado sufocar a companheira e usado uma faca para a ameaçar de morte dentro de casa, na Rua Sílvia Machado de Souza. O treinador ainda teria obrigado a vítima, de 34 anos, a assinar diversos cheques. As informações são da Polícia Militar a partir de relatos da própria mulher.
Durante a agressão e ameaça, ela teria conseguido se soltar e acionou a Polícia. Os oficiais estiveram na residência do casal. Transtornado com a situação, Milos ainda teria resistido à prisão. O técnico do NBPG foi levado à 13ª Subdivisão Policial, na Nova Rússia.
O treinador está preso e à disposição da Justiça. Nas próximas horas deve passar por audiência de custódia. Ele vai responder pelo crime de violência doméstica.
Posicionamento
Questionada sobre o episódio criminal que envolve o treinador, o coordenador técnico da Liga Desportiva de Ponta Grossa (LDPG), Paulo Affonso Moreira, informa que recebeu com ‘susto’ a notícia sobre a prisão de Milos. A entidade aguarda a decisão da Justiça para se aprofundar em posicionamento sobre o caso.
“A Liga não pode se manifestar nesse momento. Temos que aguardar uma decisão oficial da Justiça. A gente entende que é uma situação estranha. Também recebemos isso com susto. Não tivemos tempo ainda de saber a realidade dos fatos. Nós vamos aguardar e quando tivermos posição jurídica correta vamos nos pronunciar com certeza”, diz Moreira.
Segundo o dirigente, as atividades do Novo Basquete Ponta Grossa seguem sem qualquer alteração mesmo com a prisão do treinador.
Reincidência
Esta não é a primeira passagem de Milos pela Polícia. Em abril de 2014, o ex-jogador foi preso acusado de extorsão pela Justiça de Taubaté, no interior paulista. Ele foi condenado pelo artigo 158: “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica”. Na época, Milos já residia em Ponta Grossa.
Segundo a Justiça, Milos e a mãe teriam extorquido uma mulher com quem o treinador teve um caso. De acordo com as informações do processo, eles pediam dinheiro para não entregarem ao marido da vítima fotos da mulher nua.
Pelo crime – ocorrido em 2010 – eles foram condenados a cinco anos e quatro meses de prisão em regime semiaberto, além de pagamento de multa. Três anos depois da condenação, Milos foi efetivado como comandante das equipes adultas do NBPG.
Carreira
Como pivô, Milos – que nasceu no interior de São Paulo – jogou no Guarani e, a partir de 2013, ingressou no projeto Novo Basquete Ponta Grossa (NBPG).
Após o primeiro episódio com a Justiça, ele retornou aos Campos Gerais. Em 2016, conciliou a presença como pivô no time adulto e o comando das equipes da categoria Sub-17; com as meninas, levou Ponta Grossa ao vice-campeonato dos Jogos da Juventude do Paraná (Jojups) e para a conquista da medalha de bronze no Estadual da categoria.
No início de 2017 assumiu interinamente o comando do time adulto masculino. Após dois meses, a direção da Liga Desportiva efetivou Milos no cargo. A maior conquista como treinador veio em 2019, quando o NBPG faturou a primeira edição do Brasileiro de Clubes da CBB.