A partir de setembro, os Centros de Formação de Condutores (CFCs), as chamadas auto escolas, deixarão de ser obrigados a disponibilizar aos alunos o polêmico simulador de direção. A resolução 778/2016 do Contran foi publicada no mês passado e, segundo o Detran-PR, deverá começar a valer dentro de aproximadamente 60 dias.
A exigência do equipamento foi adiada por anos, depois se intensificou a partir de 2016, o que levou boa parte dos proprietários de CFC a adquirirem o aparelho. Segundo o Detran-PR, em todo o estado há 776 auto escolas cadastradas. Dessas, 450 possuem o equipamento e outras 205 compartilham seu uso. Algumas empresas adquiriram mais de um. Há 532 simuladores disponíveis no Paraná. Em Ponta Grossa, são 11 simuladores.
As auto escolas agora se dividem. Há aquelas que apostam no sistema como um diferencial. O simulador serviria para as primeiras lições práticas ao aluno que não se sente seguro para assumir um veículo de verdade nas primeiras horas. Mas também há aquelas que querem guardar o equipamento e esquecer que ele existiu.
Altair Santos é um deles. Há 42 anos no mercado de formação de condutores em Ponta Grossa, ele diz que sempre foi contra a ideia do simulador, mas como era lei, acabou comprando à vista. “Paguei quase R$ 50 mil. Agora, com o fim da exigência, a partir de setembro, vou encostar a máquina em algum canto. Vou preferir ofertar mais horas de direção prática no veículo, e acredito que os alunos também”, diz Santos. Ainda nesta semana, empresários do ramo devem debater com o Detran a possibilidade de serem ressarcidos de algum modo em relação à compra dos equipamentos. A resolução do Contran apenas permite substituir o uso do simulador por mais horas de aulas nos veículos.