O informe quinzenal da dengue divulgado nesta semana pela Secretaria da Saúde do Paraná soma 578 casos no estado dentro do período epidemiológico, que começou a ser monitorado em 26 de julho – média de quase 300 por mês. O documento confirma o primeiro óbito do período, que aconteceu em Apucarana – a 250 quilômetros de Ponta Grossa. Porém, os Campos Gerais não estão isentos da doença causada pelo mosquito aedes aegypti e precisam de enfrentamento simultâneo à covid-19.
Apesar de apresentar baixo risco pelo fator climático das últimas semanas, a região que abrange a 3ª Regional de Saúde (Ponta Grossa, Arapoti, Carambeí, Castro, Ipiranga, Ivaí, Jaguariaíva, Palmeira, Piraí do Sul, Porto Amazonas, São João do Triunfo e Sengés) soma oito notificações e um caso confirmado de dengue. As regionais de Irati e Telêmaco Borba, que ficam próximas geograficamente, acumulam 5 e 18 notificações, respectivamente.
Entre julho de 2019 e deste ano, os municípios da 3ª RS apresentaram 154 casos. Ponta Grossa teve 61 destes. Não houve óbitos na cidade e na região.
Em relação à chikungunya, Ponta Grossa contabilizou duas notificações, enquanto Ipiranga – cidade vizinha – notificou no mesmo boletim duas situações de zika vírus. Municípios como Curiúva, Reserva, Telêmaco Borba e Tibagi também aparecem na lista. O último acumulou oito notificações, sendo cinco de chikungunya e três de zika.
A preocupação paranaense agora é um possível surto da dengue simultâneo com a circulação do coronavírus. “Temos o agravante da pandemia da covid-19. A atenção de todos deve ser redobrada. Infecções pelas duas doenças podem ocorrer simultaneamente, deixando a saúde das pessoas ainda mais debilitada”, afirma o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto.
Segundo o secretário, a mudança de estação aumenta a preocupação dos gestores da Saúde e deve servir de alerta para a população. “Temos uma série histórica de monitoramento da dengue indicando que nas estações quentes existe o aumento da proliferação do mosquito transmissor aedes aegypti. Calor e chuva são propícios para este aumento. Reiteramos a recomendação para que todos verifiquem locais que possam acumular água”, diz o secretário.
Prevenção à dengue em PG
De acordo com a Fundação Municipal de Saúde (FMS), as ações de vigilância continuam sendo realizadas, mas houve interferência por conta da pandemia da covid-19. “As ações de vigilância epidemiológica e entomológica continuam sendo executadas, tivemos um pouco de impacto no trabalho por conta de resistência da população em receber o agente de endemias durante esse período de pandemia, mas os trabalhos continuam. As ações acontecem durante o ano todo”, reforça a Fundação.
Boletim do estado
De acordo com os dados da Sesa/PR foram registrados 205 novos casos da doença nos últimos 15 dias e 93 municípios apresentam casos confirmados de dengue – 13 a mais que o boletim anterior, que trazia 80 cidades com confirmações.
Primeiro óbito no PR
Trata-se de uma mulher de 63 anos, portadora de cardiopatia e doença autoimune da cidade de Apucarana. O informe da Sesa/PR desta última quinzena totaliza 3.468 notificações para a dengue em 229 municípios paranaenses. Para a chikungunya são 14 notificações e para a zika duas.
O estado viveu a maior epidemia de dengue no período anterior, totalizando mais de 220 mil casos e 177 óbitos.
Tabela de casos
Dengue (1 ano)
Paraná
227.724 casos confirmados
117 mortes
Taxa de mortalidade: 0,05%
3ª Regional de Saúde
154 casos confirmados
0 mortes
Ponta Grossa
61 casos confirmados
0 mortes
Covid (6 meses)
Paraná
165.927 casos confirmados
4.142 mortos
Taxa de mortalidade: 2,49%
3ª Regional de Saúde
5.813 casos confirmados
126 óbitos
Taxa de mortalidade: 2,16%
Ponta Grossa
4.583 casos confirmados
92 mortes
Taxa de mortalidade: 2%