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Produção de caminhões da Tatra em Ponta Grossa vai iniciar em 2022

Multinacional tcheca aguarda chegada de maquinário para iniciar produção em série

(Foto: José Aldinan/Arquivo DC)

A pandemia segue atrasando o início da fabricação de caminhões da Tatra Ponta Grossa. Previsto inicialmente para fevereiro e depois para setembro, o “start” da linha de produção em série da montadora tcheca deve acontecer apenas em 2022, apesar de a expectativa ser de que até o fim do ano a unidade, que é a primeira da Tatra Trucks fora do seu país de origem, esteja completamente montada e organizada.

As informações foram obtidas pela reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais junto a fontes ligadas à empresa.

O motivo é a espera pelo fornecimento das máquinas; assim como as montadoras automotivas, diversos outros segmentos industriais vêm sofrendo com a falta de componentes, o que acaba atrasando a entrega dos produtos finais.

Seguindo o fluxo, a pista de testes que será construída no Distrito Industrial para os caminhões montados na unidade terá as obras adiadas, já que precisa ficar pronta apenas quando a produção local iniciar. Ela ficará em um terreno próximo à Crown Embalagens, que foi doado pela Prefeitura Municipal através da Lei 13.904, de 16/12/2020.

Estagiários

Os vinte estudantes de Ponta Grossa que foram selecionados para estagiar na República Tcheca, metade na sede da Tatra Trucks e metade na Brano (fabricante de autopeças vinculada à Tatra), também devem iniciar o programa apenas em 2022. 

Selecionados em 2019, eles tinham viagem prevista para março do ano passado, mas com a explosão da pandemia foram impedidos de viajar. A intenção é que os jovens fiquem na Europa por um ano e na volta trabalhem na unidade ponta-grossense, de forma especializada e alinhada à dinâmica da marca.

Unidade Tatra Ponta Grossa

A Tatra Trucks anunciou que investirá R$ 102 milhões até 2026 em uma planta em Ponta Grossa, com a expectativa de o volume de negócios ultrapassar R$ 500 milhões nos próximos anos. Serão gerados 300 empregos diretos com, segundo a empresa, preferência para contratação de mão de obra local.

O barracão de seis mil metros quadrados que abrigará a primeira unidade da multinacional fora do seu país de origem fica no distrito industrial de Ponta Grossa, às margens da BR-376, e já está pronto, aguardando a chegada do maquinário.

Os modelos escolhidos para abrir a linha de montagem são o Euro 5 e o Euro 6, que estão em exposição no Paraná desde junho: um está na concessionária Trevisa, em Ponta Grossa, e outro na Klabin.

Inicialmente a produção utilizará o sistema CKD (somente montagem no Paraná), mas na sequência será feito o início do ciclo de investimentos mais robusto da empresa para produzir veículos a partir de partes, motores, componentes e acessórios fabricados ou fornecidos por empresas brasileiras, especialmente paranaenses. A planta terá capacidade para produzir 225 caminhões por ano a partir de 2022 e até 800 caminhões/ano depois de 2025.

Além dos modelos 6X6, também está prevista a montagem de caminhões 8X8, todos eles voltados para os setores de mineração, produção florestal e sucroalcooleiro, e de veículos pesados para as áreas militares e de defesa.

Boa parte dos componentes dos caminhões deve ser adquirida da DAF de Ponta Grossa, que pertence ao grupo Paccar, com quem o CSG Aerospace – grupo ao qual pertence a Tatra – tem uma parceria na Europa. Muitas peças utilizadas pelos caminhões e veículos da Tatra no exterior são provenientes da DAF, como os motores, cabines, conjuntos ópticos, entre outros itens.

Demanda por caminhões novos cresce em todo o país

O novo investimento vem de encontro ao aumento da procura por novos caminhões no Brasil. Segundo a Fenabrave, federação que reúne as associações de concessionários, julho, por exemplo, teve 11,5 mil unidades emplacadas em todo o país – o melhor resultado mensal desde dezembro de 2014. O acumulado dos sete meses de 2021 somou 69,5 mil caminhões 0km vendidos, melhor desempenho para o período em sete anos.

A entidade atribui os bons resultados do segmento ao mercado agrícola e também ao crescimento da economia. As atividades da indústria e do varejo vêm sustentando a alta nas vendas de diferentes segmentos de caminhões, para entregas urbanas ou de longa e média distâncias. 

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