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Prisões por estupro dobram em Ponta Grossa

O número de prisões pela prática do crime de estupro de vulnerável dobrou no ano de 2019 em comparação a 2018. Somente no ano passado, a Polícia Civil, através do Núcleo de Proteção de Crimes contra Criança e Adolescente (Nucria), prendeu 24 pessoas suspeitas de abusar sexualmente de crianças e adolescentes. Já em 2018 foram 12 detidos. O número também é bastante superior a 2017 quando foram realizadas cinco prisões de suspeitos pelo órgão. 

A delegada responsável pelo Nucria, Ana Paula Cunha Carvalho, explica que o aumento está atrelado a três principais motivos. Um deles é em decorrência do trabalho da imprensa com a divulgação dos resultados dos trabalhos realizados pela Polícia Civil, fator que incentiva para que as pessoas denunciem mais casos. 

"Nem sempre uma investigação gera prisão. Como trabalhamos com crimes cometidos contra a criança e adolescente, focamos energias nessas investigações. Por isso que essa divulgação responsável da imprensa é um dos principais fatores para o aumento", destaca. 
Carvalho explica também que, atualmente, existem muitos programas do governo estadual que estão relacionados às denúncias no que tange ao abuso e ao combate a pedofilia. "Temos em Ponta Grossa as aulas do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) ministradas pela Polícia Militar. E muitas denúncias surgem a partir dessas aulas, onde o assunto é abordado", aponta.

A criação do Nucria, delegacia especializada em crimes de abuso infantil, segundo Ana Paula, também um dos fatores importantes para o aumento das prisões. "O Nucria só existe em sete cidades do estado e é um privilégio a cidade de Ponta Grossa ter uma delegacia que atenda única e exclusivamente crianças e adolescentes vítimas de lesão corporal, abandono e estupros. Nós contamos ainda com uma equipe especializada para prestar todo o atendimento necessário a estas vítimas", afirma a delegada. 

Fique atento
 
Os pais e/ou responsáveis devem ser os primeiros a notar qualquer mudança de comportamento das crianças. "Os pais precisam dar ouvidos aos filhos. Costumo dizer que o perigo mora dentro de casa e as pessoas acabam por duvidar da criança quando ela diz que um parente provocou algum ato do qual ela não gostou", diz Ana Paula.

A principal orientação, de acordo com a delegada, é também conversar com filhos. "É preciso dizer para a criança em quais partes do seu corpo não devem ser tocadas e orientar para que se alguém mexer de forma que não a agradou é preciso relatar. A violência começa com toques mais suaves e progridem para os mais incisivos. Além dos beijos, que a criança costuma repelir. Os filhos devem ter conhecimento de que existem situações que não podem ocorrer de forma alguma". 

"Qualquer relato que configure crime deve ser denunciado, levanda em conta que a criança deve mencionar que não gostou de algum tipo de toque. Se aquilo começar, é preciso gritar e pedir socorro. Assim podemos evitar que uma carícia progrida para uma conjunção carnal. O nosso trabalho é cessar a violência e não permitir que ela aumente", complementa Carvalho. 

Denuncie

A melhor forma de denunciar é procurar diretamente a sede do Nucria, localizada na rua Rodrigues Alves, 950, Jardim Carvalho. "Assim podemos ter todos os dados necessários para iniciarmos a investigação". 
Existe ainda o Disque 100 – Direitos Humanos onde podem ser realizadas denúncias anônimas. "Mas é importante relatar todos os dados necessários para que possamos chegar ao autor. Além disso, informar também dados como nome completo; endereço; características da vítima que nos ajudará a obter êxito nas investigações", finaliza a delegada. 
 

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