Ao dcmais e jornal Diário dos Campos, na tarde desta sexta-feira (11), o prefeito Marcelo Rangel (PSDB) deu mais detalhes sobre a assinatura do protocolo de intenções, na quinta-feira (10), em São Paulo (10), para que Ponta Grossa receba o primeiro lote da vacina produzida pelo Instituto Butantan contra o novo coronavírus.
Rangel está entre os prefeitos de 912 municípios do Brasil que já formalizaram interesse em adquirir doses da vacina Coronavac, desenvolvida em parceria entre o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac. Segundo Rangel, são aproximadamente 2,7 mil doses que poderão estar disponíveis aos profissionais de saúde do município já no final de janeiro de 2021.
Conforme o prefeito, no primeiro lote de vacinas que Ponta Grossa receberá, serão imunizados os profissionais de Saúde. “São cerca de 2,6 mil a 2,7 mil servidores na área de saúde, podendo ser estendida para outros profissionais da área que trabalham em Ponta Grossa.
A gente acredita que no primeiro lote liberado, vamos conseguir suprir a necessidade de todos os profissionais de saúde, lembrando que a vacinação não será obrigatória. Então, vamos fazer o levantamento de quais profissionais querem ser imunizados já com as doses do primeiro lote”.
O critério de vacinação, detalha Rangel, será semelhante ao Plano de Imunização adotado pelo Município e Estado de São São Paulo: após a imunização dos profissionais de saúde, serão vacinados os profissionais da área de educação, segurança pública e pessoas do grupo de risco.
Janeiro
Rangel explica que o governo do Estado São Paulo agendou para o dia 25 de janeiro a disponibilidade das doses tanto para São Paulo quanto para as cidades conveniadas. “Pode ter um lapso de tempo até o deslocamento das vacinas para os estados e municípios que firmaram convênio”, frisa, ressaltando que o convênio será firmado no ano que vem.
“O que assinamos no Instituto Butantan foi um protocolo de intenções. No ano que vem é que as vacinas serão efetivamente compradas, o que será feito pela Professora Elizabeth, a partir do momento em que tiver a liberação técnica para a distribuição”, disse Rangel.
O protocolo de intenções assinado, explica Rangel, contempla o kit de vacinação, o que inclui a dose de vacina e os insumos necessários para a imunização. “É o kit completo. A vacinação pela Coronavac é diferente das outras vacinas, esta é a grande diferença: as outras vacinas precisam de uma acomodação em temperatura a -70 °C, ou seja, precisa de uma geladeira especial e a logística é muito mais complicada.
A vacina do Butantan tem manuseio mais simples. O kit adquirido pelos municípios vem com todo o material necessário”, explica. O prefeito estima que, em um primeiro momento, a prefeitura deve dispor de até R$ 3 milhões para aquisição das vacinas, recurso que está previsto no orçamento da Saúde para 2021.
Antecipação
Sobre a iniciativa em firmar, via prefeitura de Ponta Grossa, o protocolo de intenções com o Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac – enquanto o Governo do Paraná, por exemplo, tem acordo com o Instituto Gamaleya (Rússia), que desenvolve a vacina russa Sputnik V e com a empresa estatal chinesa Sinopharm – Rangel destaca que é “dever do gestor público buscar as possibilidades que estejam à disposição para assegurar direitos dos cidadãos.
A distribuição e vacinação normalmente é feita pelos postos de saúde, portanto o Município tem esta responsabilidade, assim como Estado e governo federal”.
Rangel aponta ainda o fato de o governo federal não ter um plano claro a respeito da vacina que será adotada e a estratégia de vacinação que será adotada. No entendimento dele, a vacina produzida pelo Instituto Butantan, que trabalha na produção de um milhão de doses diárias da Coronavac, vai ser a primeira a ser distribuída no país.
“Pode acontecer a distribuição de outras, com o passar do tempo. Neste momento, estamos assegurando o direito do ponta-grossense, principalmente dos profissionais de saúde, em ter à sua disposição, a primeira vacina feita no Brasil, que estará disponível no início do ano”, frisa.
Paraná
Sobre as ações desenvolvidas pelo governo estadual, Rangel ressalta que desde o início da pandemia o Estado vem adotando medidas importantes e antecipando tratativas para ter acesso à vacina russa. “Porém, a vacina produzida pelo Butantan saiu na frente, justamente por ter produção nacional.
Caso neste intervalo, o governo estadual lance um plano de vacinação e a vacina Sputnik também seja disponibilizada, será muito importante, porque aí junto com o governo estadual poderemos trabalhar para ter uma imunização completa”.