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Ponta Grossa tem média de um incêndio residencial a cada dois dias

Foto: José Aldinan

O 2° Grupamento do Corpo de Bombeiros atendeu 95 casos de incêndios em edificações somente neste ano em Ponta Grossa. Desse total, 31 ocorrências foram registradas em junho e julho – época em que o frio se intensifica e a população mais vulnerável escolhe métodos alternativos para aquecer cômodos. O risco à vida é certo e os episódios ocasionados pelo improviso já deixaram prejuízo a famílias.

Na noite de terça, equipes dos bombeiros se deslocaram com urgência até a Rua Guaritá, no Santa Paula. Quando chegaram ao endereço encontraram uma residência tomada pelas chamas. O imóvel de madeira ficou destruído.

O casal improvisou um fogareiro caseiro com álcool. Porém, um pouco do líquido caiu no chão. O fogo se alastrou rapidamente e saiu do controle, deixando perdas materiais significativas.

Neste incidente, não houve feridos. Contudo, o Corpo de Bombeiros do Paraná alerta a população para as chamadas ‘mortes brancas’ – nomenclatura usada nos casos em que a vítima não percebe que está em risco.

“O processo de combustão por si só consome oxigênio. Então todo tipo de queima que é feita de forma improvisada – colocar carvão dentro de um recipiente, queimar líquido inflamável com o objetivo de aquecimento – não deve ser feito em hipótese alguma. É a criação de uma atmosfera perigosa. Com o tempo, a pessoa não vai sentir e nem perceber, mas terá quantidade reduzida de oxigênio no ambiente, causando intoxicação e perda de consciência”, comenta o capitão do 2° Grupamento, Renan Bortolasi.

Há um mês, no dia 29 de junho, uma família do bairro Chapada viveu este drama. Um menino de cinco anos e uma menina de nove precisaram de atendimento de urgência. A mãe das crianças havia feito uma fogueira do lado de fora de casa e saiu para ir ao mercado. Durante a ausência, as crianças tiveram a ideia de pegar carvão com o auxílio de uma pá, e levar o material aceso para dentro do quarto, já que estavam sentindo frio. As duas se intoxicaram e foram levadas em emergência para o Hospital Materno Infantil (Humai-UEPG).

Hábitos

Segundo o capitão Bortolasi, o hábito até comum de esquentar água e colocar o líquido em garrafa PET para se aquecer junto às cobertas também representa risco.

“Existem recipientes próprios para isso. A garrafa PET tem maior perigo de se destampar ou sofrer rompimento. Em caso de vazamento, a água quente vai causar queimaduras”, cita o oficial.

Mesmo os aquecedores elétricos ou a óleo necessitam cuidados considerados fundamentais. “Devem ser mantidos fora de contato com a parede ou com tecidos, por exemplo, pois o aparelho vai aquecer e transferir a alta temperatura. Jamais secar toalha ou outros tecidos em aquecedor também”, acrescenta o capitão.

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