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Ponta Grossa abre mais e fecha menos empresas em ano de pandemia

Dados oficias mostram que todos os portes de empresas registraram mais aberturas e menos baixas em 2020, em comparação a 2019

Em 2020, ano marcado pela pandemia que provocou o isolamento social e queda na atividade econômica, Ponta Grossa não só contou com a abertura de mais empresas em relação a 2019, mas também registrou uma diminuição no fechamento de negócios. O levantamento foi feito pela Junta Comercial, autarquia responsável pelo cadastramento de empresas no Estado, a pedidos da reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais.

Enquanto que em 2019 6.596 empresas abriram na cidade, em 2020 o total foi quase 9% maior: 7.186. Em compensação, as baixas diminuíram quase 15% de um ano ao outro, passando de 2.362 para 2.009. Calculando o saldo de negócios (ou seja, subtraindo os fechamentos das aberturas), tem-se um aumento de 22,3%: em 2019 o saldo foi de 4.234 empresas e em 2020 de 5.177.

No ano da pandemia novembro registrou a maior quantidade mensal de empresas abertas em Ponta Grossa (684) e abril a menor (451). Em relação aos fechamentos, o melhor resultado foi justamente em abril (-119 empresas) e o pior em janeiro (-198) – período este que antecedeu a chegada do coronavírus na cidade.

Usando o mesmo cálculo do saldo, o melhor mês para o empreendedorismo ponta-grossense foi agosto (508) e o pior dezembro (289), mas em nenhum houve mais fechamentos do que aberturas de empresas no ano.

Portes empresariais

Analisando os dados por portes empresariais percebe-se uma tendência similar nos últimos dois anos em relação à ordem de movimentações, tanto de abertura quanto de fechamento de empresas: quem mais abriu/fechou foram as microempresas individuais (MEIs), seguidas das microempresas (MEs), médias e grandes e, por fim, empresas de pequeno porte (EPPs).

As médias e grandes empresas, proporcionalmente, foram as que mais aumentaram o total de aberturas (+18%) e mais diminuíram o total de fechamentos (-34%) de um ano para o outro, mostrando que no quesito mantimento de empresas foram as que se deram melhor no ano de pandemia.

Lojas são o segmento mais rotativo da cidade

O levantamento também apresenta os dados de acordo com as atividades econômicas das empresas. O comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas é o segmento com a maior rotatividade de empresas, por ser o que mais abriu (1.971) e o também o que mais fechou (742) no ano passado.

Em segundo lugar, tanto em aberturas, quanto em baixas, é a construção civil, que fechou o ano com 908 novos negócios e 169 empreendimentos que fecharam as portas. Em terceiro, aparecem as de transportes e armazenagens, com 619 empresas abertas e 163 extintas.

Lucro empresarial cresceu, mas renda pessoal diminuiu

Reportagem publicada na última quarta-feira (27) pelo jornal Diário dos Campos e portal dcmais relata que no ano passado, em geral, as empresas da região de Ponta Grossa lucraram mais ao mesmo tempo em que a massa de trabalhadores ganhou menos. A afirmação é baseada nos dados de arrecadação do imposto de renda, já que o de pessoa jurídica (IRPJ) incide sobre o lucro das empresas e o de pessoa física (IRPF) sobre a renda dos trabalhadores.

Comparando a arrecadação regional de 2019 e 2020, enquanto que o Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) variou 4,45% a menos que a inflação (IPCA), o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) cresceu 26%, já com a diminuição inflacionária. “Como não houve nenhum aumento de alíquota, esse aumento regional reflete um crescimento no lucro”, avaliou o delegado regional da Receita Federal, Demetrius de Moura Soares. Segundo ele, o segmento de empresas que mais se destacou na arrecadação de IRPJ foi o comércio, varejista e atacadista. “O auxílio emergencial certamente contribuiu para mitigar os efeitos negativos da pandemia”, analisou.

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