A tragédia ocorrida no Museu Nacional do Rio de Janeiro, no último domingo (2), serve de alerta para o descaso com a falta de preservação e valorização da cultura em museus de todo o Brasil. O município de Ponta Grossa conta com acervos riquíssimos sobre a história da cidade, o tropeirismo, documentos importantes e, até mesmo, peças trazidas de outros países.
Apesar da importância, a estrutura destes locais estão precárias e apresentam diversos problemas estruturais. A problemática preocupa historiadores da região que pedem apoio do poder público e cobram uma atenção maior para estes espaços de cultura e aprendizado.
"O museu não é só um espaço de visitação, mas um espaço de produção de conhecimento. O que vemos, é que a imensa maioria de museus e centros de documentação no Brasil são públicos, coordenados pelas esferas municipais, estaduais ou federais. Nestas três esferas, o que se percebe é pouca preocupação com esses espaços e isso reflete diretamente em como a sociedade enxerga esses locais", comenta Niltonci Chaves, historiador e professor do curso de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Chaves explica que os problemas observados hoje, com o descaso dos museus e a falta de interesse da população, é resultado de políticas que reforçam isso. "Você vê os comentários sobre o incêndio do Museu Nacional e fica estarrecido, pois existe um percentual de pessoas que dizem que cultura não é importante e que ninguém morre por falta de cultura", lamenta.
Mas, o grande problema, segundo o historiador, é de como as instâncias públicas tratam esses espaços. "Me parece fundamental que se estabeleçam políticas, a começar por um plano federal de valorização destes locais. Em um país onde a maioria da população vive com uma baixa renda e uma baixa escolaridade, a cultura acaba sendo vista como algo supérfluo e não é", aponta.
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