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Mulheres se contaminam mais, mas têm menor índice de morte por covid

Um levantamento realizado pela reportagem do dcmais a partir de dados disponibilizados pela Secretaria de Estado da Saúde (SESA-PR) mostra que as mulheres são maioria no que diz respeito à contaminação pelo coronavírus no Paraná. Contudo, quando o assunto é óbito, os homens sofrem mais com o agravamento da covid-19.

Essas afirmações se enquadram em praticamente todas as faixas etárias. Só há menos contaminações do gênero feminino no Paraná entre crianças de 0 a 9 anos. No restante, as mulheres aparecem à frente.

Desde o início da pandemia, o estado soma mais de 1 milhão de casos. São 539.992 em mulheres (53%) e 479.904 em homens (47%). Já nas mais de 24 mil mortes o cenário muda completamente. São 14.106 óbitos do gênero masculino (57%) contra 10.453 do feminino (43%).

Ou seja, a partir desses números, é possível observar que a taxa de mortalidade da covid-19 entre os homens paranaenses está em 2,93%, enquanto nas mulheres fica em 1,93%.

Faixa etária

A letalidade do coronavírus entre idosos paranaenses se aproxima de 20% na faixa acima dos 70 anos. Isso significa que de cada cinco contaminados nesta idade, um entrou em óbito.

Mas a separação por gênero comprova o que foi demonstrando anteriormente. 26.852 homens paranaenses com mais de 70 anos tiveram a covid-19. Desses, 6.157 não sobreviveram: 22,92%.

No universo das mulheres idosas há 30.295 contaminadas. Deste público, 5.078 morreram. Ou seja, 16,76%.

Mais contaminações

Conforme levantamentos anteriores, as pessoas que estão entre os 20 e 49 anos de idade são as mais infectadas pelo coronavírus. Esse é o público considerado ativo e que tem rotina de trabalho diário, por consequência há maior exposição à doença.

Nesta faixa existem quase 38 mil mulheres paranaenses a mais infectadas do que homens: 329.473 a 291.814. Por conta disso, a mortalidade masculina é superior, mas fica bem abaixo na comparação com aquela apresentada pelos idosos. A taxa dos homens é 0,66%, enquanto a das mulheres está em 0,35% – perto da metade.

Ponta Grossa

O cenário na maior cidade dos Campos Gerais não é diferente daquele apresentado no restante do estado. Dos 886 óbitos registrados pela Fundação Municipal de Saúde (FMS), 58% são masculinos: 512 a 374.

Explicação

Desde o primeiro semestre do ano passado, ainda nos primeiros meses da pandemia, especialistas estudam e constatam a maior periculosidade do coronavírus para os homens. Isso ocorre tanto no Paraná quanto no Brasil e também em outros países.

A explicação está no fator do gênero masculino se prevenir menos no dia a dia. Conforme informações da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), os homens são mais reticentes ao autocuidado, fumam e bebem mais. Por consequência apresentam mais doenças crônicas como diabetes e hipertensão, aderindo pouco aos tratamentos. Como o coronavírus tem mais ação em pessoas com comorbidades, os homens aparecem com maior mortalidade.

O mesmo caminho leva as mulheres a aparecerem como mais contaminadas pelo vírus. Segundo infectologistas ouvidos pela reportagem, elas procuram mais por tratamentos e, quando sintomas surgem, também fazem mais os testes para detecção da doença.

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