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Golpe do cartão aumenta e prejuízo médio é R$ 10 mil

Golpista justifica que funcionário do banco vai à casa do cliente por causa da pandemia. Em dez dias, PG teve sete vítimas

Advogado de Ponta Grossa teve conhecimento de três casos na última semana. Foto: Fábio Matavelli

Golpes de estelionatários estão mais frequentes em todo o estado. Ponta Grossa e região não são exceção. Nos últimos dez dias pelo menos sete casos foram registrados em ocorrências junto à Polícia Militar. Uma das ações mais comuns na pandemia do novo coronavírus envolve pessoas que fornecem dados cadastrais de cartão de crédito e acabam ficando no prejuízo – em média, cerca de R$ 10 mil cada.

Só o advogado Ramon Pires recebeu na última semana três casos semelhantes. O prejuízo das vítimas totaliza quase R$ 30 mil. “Um cliente minha teve um prejuízo de R$ 9 mil. Após isso, mais duas pessoas entraram em contato informando que também foram vítimas e que os bandidos usaram o mesmo modus operandi. Elas tiveram prejuízo de R$ 8 mil e R$ 12,5 mil pelo que me passaram”, conta.

As três vítimas relatadas por Pires têm uma característica em comum: são idosas – são duas mulheres e um homem. E os casos seguem ocorrendo em Ponta Grossa. Na quarta-feira (2), uma senhora de 80 anos – moradora do Bairro Ronda – caiu no golpe. Ela recebeu ligação de uma pessoa se passando por funcionário de agência bancária. O golpista informou que os cartões teriam sido clonados e que um ‘funcionário’ do banco iria até a residência para recolhê-lo. O homem foi até lá, pegou os cartões com as senhas e fugiu.

O delegado chefe da 13ª Subdivisão Policial, Nagib Nassif Palma, disse que nem sempre é possível estabelecer um perfil das vítimas. “Não dá para afirmar que ocorre mais com idosos. Eles [golpistas] se aproveitam das pessoas mais desatentas. A pessoa recebe a ligação, toma aquele susto das informações repassadas pelo golpista e começa a repassar os dados solicitados. São pessoas que não estão ligadas em como funciona o sistema bancário”.

A Polícia Civil confirma que a prática do ‘golpe do cartão’ vem crescendo durante a pandemia e reforça que os casos estão em investigação, mas que os criminosos envolvidos variam a cada ocorrência.

Como o golpe funciona

A vítima recebe um telefonema. O golpista que liga se passa por uma operadora de cartões ou funcionário de banco, orienta a vítima a passar os dados do cartão de crédito e confirmar dados pessoais. Durante a chamada, o estelionatário conta que o cartão de crédito da pessoa está inoperante, que foi clonado ou que teve gastos acima do normal.

A vítima então é orientada a entregar o cartão a um motorista que seria do banco/operadora (o golpe usa a pandemia como justificativa para que o motorista vá ao local). Na verdade, o motorista é uma pessoa ligada à quadrilha e leva o cartão já com posse de todas as informações necessárias para deixar prejuízo à vítima.

Orientação

A principal orientação das forças de segurança em casos semelhantes é nunca repassar dados bancários por telefone ou entregar o cartão a estranhos. A agência deve ser procurada. Em caso de precisar inutilizar o cartão, não basta cortá-lo ao meio. É preciso cortar o chip para que ele fique danificado.

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