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Empresas seguem interessadas no Parque Ecotecnológico de PG

Leis que destinam áreas a empresas e entidades previam conclusão de obras até dezembro deste ano, mas com o atraso causado pela pandemia a Prefeitura já estuda extensão de prazos

Foto da área destinada ao Parque Ecotecnológico de PG
Área fica localizada nas proximidades da UTFPR, no Jardim Carvalho (Foto: Arquivo DC)

Sonho antigo das lideranças e profissionais ligados aos setores de inovação e tecnologia, o Parque Ecotecnológico de Ponta Grossa tomou força novamente em 2019, após a Prefeitura Municipal doar e destinar terrenos a empresas, entidades e instituições de ensino interessadas em investir na área e concretizar o espaço. As leis, sancionadas no final de 2019 (meses antes de a pandemia estourar na cidade) previam que as obras deviam ser concluídas em até dois anos – prazo inviabilizado pela pandemia.

Apesar disso, as detentoras de áreas no espaço afirmam seguir com interesse de investir no local, apenas precisando de um prazo maior para efetivação – possibilidade que, segundo a Prefeitura, já vem sendo avaliada.

No total, seis instituições já detém um total de 233,4 mil m² em terrenos disponibilizados pela administração municipal através de lei. “De acordo com a Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional (SMICQP) a área ainda disponível para instalação de novas empresas é de aproximadamente 80 mil m², que poderá ser dividida de acordo com a procura e porte das organizações a serem instaladas no local”, explica a assessoria de imprensa.

A reportagem do DC entrou em contato com todas as empresas e entidades que receberam terrenos municipais para saber quais os seus planos atuais para a área. Confira o que diz cada uma a seguir.

O espaço, que fica próximo à UTFPR, se encontra com mato alto invadindo a pista e entulhos descartados (Foto: José Aldinan)

KMM Engenharia de Sistemas

De acordo com a Lei 13.263/2019, a empresa de tecnologia aplicada à logística recebeu a doação e um terreno de quase 70,9 mil m² para construir, em uma primeira etapa, quatro prédios de 877 m² destinados à instalação de empresas com bases tecnológicas e de inovação. Ainda segundo a legislação, devem ser investidos R$ 7,89 milhões na estrutura, que deve gerar no mínimo 150 empregos diretos na primeira etapa.

Segundo Leopoldo Suarez, executivo da KMM, a empresa segue com interesse em investir no Parque Ecotecnológico. Sobre previsão de obras, ele respondeu o seguinte: “Estamos tímidos ainda em relação ao investimento pois ainda ocorrem trâmites com a prefeitura, como por exemplo a emissão da escritura. Por enquanto fizemos trabalhos de medição, topografia e algumas versões dos projetos que imaginamos. Estamos investindo no planejamento até então”.

Ele também afirmou que o investimento total deve se aproximar de R$ 15 milhões em 10 anos e que as estruturas iniciais comportarão o time, salas de reunião e ambiente para eventos pequenos. “Inicialmente pensamos na KMM, Trizy e QualP ocupando essas áreas”, cita.

Frísia

A Lei 13.628/2019, que autoriza doação de um terreno de 5.500 m² à cooperativa, atribui a concessão à construção de um Centro de Inovação. A legislação aponta que em uma primeira etapa deverão ser construídos 800 m² e gerados pelo menos 15 empregos diretos.

“A Frísia tem no Parque Ecotecnológico, em Ponta Grossa, um ambiente para a expansão do seu programa de inovação Digital Agro e a unidade é uma estrutura importante para o contínuo desenvolvimento do segmento. A cooperativa conta com uma equipe especializada e dedicada para tratar sobre inovação no agronegócio e nas indústrias, que elabora constantemente projetos voltados à otimização de recursos humanos, ambientais e financeiros, gerando aumento de produtividade e redução de custos aos seus cooperados. Mais detalhes sobre o projeto da Frísia no parque serão divulgados em breve”, afirma a cooperativa.

Sebrae

A lei que doa um terreno de mais de 7 mil m² ao Sebrae, de número 13.360/2019, afirma que a entidade construirá a sua sede regional do Parque Ecotecnológico com a missão de promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos pequenos negócios e estimular o empreendedorismo. Ela aponta que de primeira serão construídos 2 mil m² e gerados no mínimo mais 25 empregos diretos.

Segundo o gerente regional, Joel Franzim Junior, os planos seguem ativos. “A proposta de estarmos junto das empresas de base tecnológica, universidades e centros de pesquisa e inovação, trabalhando ligados ao ecossistema de inovação, é totalmente alinhada à nossa estratégia”, afirma, contando que os estudos relativos a prazos estão em andamento.

“Estávamos prevendo a construção de algo em torno de 2.500 metros quadrados, numa primeira fase. Com a situação do novo normal, temos algumas questões técnicas e de gestão que precisamos verificar. O volume de atendimentos presenciais permanecerá nos mesmos níveis? Como serão os atendimentos a distância? Precisaremos de auditório para quantos lugares? Teremos que investir em estúdios de geração de conteúdo para EAD? São questões que a pandemia nos trouxe e precisamos definir para que o projeto seja o mais adequado para o futuro”, avalia, lembrando que antes da pandemia a estrutura atual da entidade estava pequena para o volume de atendimentos e serviços.

O espaço, que fica próximo à UTFPR, se encontra com mato alto invadindo a pista e entulhos descartados (Foto: José Aldinan)

Instituições de ensino

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UPEG) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) foram doados, a cada um, áreas anexas ao Parque Ecotecnológico de 50 mil m² através da lei 13.663, em março de 2020.

Segundo o IFPR, sua intenção é construir um Centro de Referência e futuramente um campus no local. Ainda não há definição de quais cursos serão ofertados na unidade e sobre o cronograma a assessoria do Instituto afirmou que depende da autorização de funcionamento de um campus em Ponta Grossa pelo MEC. “Não tem como construir sem ter orçamento para manter a estrutura funcionando. Por enquanto está em fase de estudos para a implantação de um Centro de Referência junto à UTFPR. Juntamente com a prefeitura, estão sendo trabalhadas as questões legais de escritura e demais questões ligadas à área”, informou a instituição.

No caso da UTFPR, a Universidade aguarda os trâmites burocráticos de escrituração para projetar o investimento no local.

Quanto à UEPG, a assessoria de comunicação da instituição afirmou à reportagem que “até o momento não houve avanço nas conversas com a Prefeitura Municipal e demais instituições no que se refere à participação da UEPG no Parque Ecotecnológico”.

“O desenvolvimento das atividades depende das demandas do mercado. Nossa área de expertise está ligada a Engenharia de Software; Agronegócio; Engenharia de Materiais e Tecnologia da Informação que é uma área estratégica que permeia todos os temas. Estas são nossas áreas mais desenvolvidas, mas de forma secundária temos ações ligadas à saúde e gestão de pessoas e empresas. Todos os cursos vinculados a estas áreas estarão participando, ou seja, praticamente todos os nossos cursos. Nós estamos juntos no Vale dos Trilhos, logo participar do Parque é uma forma de materializar a nossa participação”, disse o diretor de Inovação e da Agência de Inovação e Propriedade Intelectual (AGI) da UEPG, Miguel Archanjo de Freitas Jr.

O espaço, que fica próximo à UTFPR, se encontra com mato alto invadindo a pista e entulhos descartados (Foto: José Aldinan)

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