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Consumo de energia não voltou a níveis pré-pandemia em Ponta Grossa

Neste ano apenas um mês superou 2019; em 10 meses a queda acumulada é de 4,23%

Indo na contramão da tendência brasileira, o consumo de energia em Ponta Grossa ainda não voltou aos níveis pré-pandemia. De janeiro a outubro a queda acumulada é de 4,23%, chegando a até -8,65% em meses como maio, por exemplo. Os dados foram repassados pela Copel a pedidos da reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais.

Fevereiro foi o mês que mais consumiu megawatt-hora (MWh) na cidade: foram 42.263 MWh, índice que não foi alcançado desde então – depois de março, que totalizou 40.990 MWh, nenhum mês chegou ao patamar de 40 mil MWh: o máximo foi curiosamente no mês de abril (39.914 MWh), período que teve as maiores medidas restritivas de combate à covid-19 na cidade, seguido de outubro (39.569). Os dados de novembro ainda não foram consolidados.

“Essa queda se deve a pandemia, já que as lojas, por exemplo, trabalharam a metade do que trabalhavam antes. A indústria mesmo não parou; chegou a reduzir naquelas primeiras semanas, mas depois voltou ao normal já que muitas trabalham com exportação. Então isso é mais relativo ao fechamento do comércio e restaurantes, mesmo”, avalia o secretário municipal de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional, José Loureiro.

Apesar de os três primeiros meses terem sido os de maior consumo de energia na cidade, de janeiro a outubro apenas março registrou aumento quando comparado ao mesmo mês de 2019. Tanto em 2019 quanto em 2020 fevereiro foi o período com a maior demanda energética na cidade.

Em outubro as residências totalizaram mais de a metade (53,2%) do consumo de energia de Ponta Grossa, os imóveis comerciais representaram pouco mais de um quarto (23,8%) e as indústrias 7,8%; entre as outras categorias estão consumo rural, poder público, iluminação pública, entre outros.

No Brasil o consumo foi normalizado

Já em âmbito nacional o consumo de energia voltou aos níveis pré-pandemia, principalmente impulsionado pelos setores da indústria voltados à exportação. O dado faz parte dos resultados da Eletrobras, referentes ao terceiro trimestre do ano, que apontam lucro líquido de R$ 96 milhões, inferior aos R$ 716 milhões do mesmo período do ano passado.

Para o presidente da companhia,Wilson Ferreira Júnior, quanto maior a atividade econômica, maior o consumo de energia. “Há duas razões para o processo de retomada. A primeira delas é, de fato, a economia. O ponto mais baixo [no consumo de energia] foi em maio, com redução de 26%, e nós já estamos com 4% operando acima. Isto significa um retorno importante das atividades. O Brasil vinha em uma perspectiva de crescimento, vinha ganhando velocidade, e teve uma brecada forte. Agora está tendo uma saída forte, com responsabilidade”, disse o presidente da estatal.

Segundo ele, o setor que apresenta maior atividade é o exportador, impulsionado pelo câmbio favorável. Ao mesmo tempo, o comércio e os serviços ainda estão abaixo do potencial.

Residencial

O presidente da Eletrobas lembrou também que o tempo quente em boa parte do país, este ano afetado pelo fenômeno La Niña, é favorável ao uso intensivo de sistemas de ar-condicionado: “Estamos vivendo um momento muito quente e a temperatura impacta no consumo em instalações residenciais e comerciais. Até por conta do home-office, estamos com um consumo maior no residencial”.

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