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Conselho de Desenvolvimento Econômico busca viabilizar porto seco em Ponta Grossa

Estrutura facilitaria transações internacionais, aumentando arrecadação e atraindo novos investimentos

Paraná conta hoje com portos secos em três cidades: Foz do Iguaçu (foto), Curitiba e Cascavel (Foto: Divulgação/Multilog)

Por Millena Sartori

O Conselho de Desenvolvimento Econômico de Ponta Grossa (CDEPG) realiza nesta quarta-feira (29) uma reunião para discutir o início de um projeto de viabilização para a implantação de um porto seco na cidade – estrutura que agiliza compras e vendas de produtos ao exterior e que hoje está presente no Paraná apenas em Curitiba, Cascavel e Foz do Iguaçu.

Em conversa com o Diário dos Campos, o delegado regional da Receita Federal, Demetrius de Moura Soares, explicou que um porto seco é utilizado tanto para importações quanto para exportações. “No caso das importações, a mercadoria chega pelo aeroporto e é transportada para o porto seco com cuidados especiais de transporte, por um procedimento que é chamado de trânsito aduaneiro, para então ser desembaraçada no porto seco”, afirmou o gestor.

O dirigente do órgão contou que uma normativa prevê a disponibilidade de uma equipe da Receita Federal no desembaraço da mercadoria – e que a delegacia regional teria como suprir essa necessidade.

“A partir da solicitação feita pela entidade interessada a análise da viabilidade técnica e econômica é feita pela superintendência da Receita. Sendo deferida, o que ocorre é um processo licitatório para escolher a empresa que apresentar a melhor proposta para assumir a administração desse empreendimento – empresa essa que deve colocar à disposição a infraestrutura e seguir medidas de controle e vigilância estabelecidas na legislação”, ressaltou Demetrius, afirmando que há aspectos de viabilidade econômica e técnica que são considerados nesse processo.

Impacto da estrutura

Para o presidente do CDEPG, Wilson Oliveira, o porto seco é um instrumento que pode impulsionar o desenvolvimento econômico de Ponta Grossa. “Um dos fundamentos do CDEPG é atrair investimentos e para isso a cidade tem que ter infraestrutura, mão de obra capacitada e equipamentos institucionais. O porto seco seria uma ferramenta importante para facilitar as transações internacionais – e é por isso que estamos tomando essa iniciativa de colocar novamente esse projeto em pauta”, avalia Oliveira.

Em 2001 já havia sido feito um estudo de viabilidade para a implantação de um porto seco na cidade – que até então levava o nome de Estação Aduaneira do Interior. Porém, conforme lembra o coordenador da câmara técnica de indústria e comércio exterior do CDEPG, Marcos Gueibel, o projeto não foi para a frente.

“O porto seco entrou novamente no radar da cidade devido ao planejamento estratégico do CDEPG que tem uma visão de futuro para 2043 que é transformar Ponta Grossa em um hub logístico do Sul – e para isso precisamos criar um ecossistema capaz de captar investimentos logísticos, principalmente em centros de distribuição, para fomentar a indústria e também serviços do segmento. A gente acredita que um porto seco, além de suprir a demanda da inutria e comércio atuais, pode viabilizar a vinda de novos negócios por impactar na logística e até fluxo de caixa das empresas”, analisa Gueibel, lembrando que a estrutura também impactaria na arrecadação de tributos da cidade, principalmente através do Imposto sobre Serviços (ISS).

“A reunião desta quarta-feira (29) será realizada junto ao delegado da Receita Federal justamente para que o Conselho possa entender qual é o caminho correto a ser percorrido para viabilizar o investimento na cidade”, finaliza Marcos Gueibel.

Ponta Grossa tem a 3ª melhor balança comercial entre as maiores exportadoras do estado

Conforme divulgado anteriormente pelo DC, ocupando o posto de quinta cidade do estado que mais vende produtos para outros países, Ponta Grossa fechou o semestre com o terceiro melhor desempenho na balança comercial entre as maiores exportadoras do Paraná. A diminuição das importações das exportações ultrapassou a cifra de US$ 262,35 milhões, alcançada através dos US$ 490,43 vendidos e US$ 228,08 milhões comprados. As informações são do banco de dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Esse valor é 52% menor que o registrado no primeiro semestre do ano passado, mas entre as maiores vendedoras fica atrás apenas do US$ 1,43 bilhão de Paranaguá, que teve o melhor resultado desde 2016, com alta de 90% frente a 2019, e dos US$ 953,13 milhões de Maringá, que soma alta de 11,8% na comparação com o ano passado e teve este primeiro semestre como o melhor desde 2014.

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