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Confiança da construção bate recorde dos últimos 7 anos

Índice nacional se destacou neste mês; Ponta Grossa é exemplo de ‘boom’ imobiliário

Apenas a construtora Prestes estima a produção de 5 mil unidades por ano (Foto: Divulgação)

O Índice de Confiança da Construção, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), teve alta de 3,3 pontos de junho para julho deste ano e chegou a 95,7 pontos, em uma escala de zero a 200. Esse é o maior patamar do indicador que mede a percepção dos empresários da construção, desde março de 2014 (96,3 pontos). O crescimento foi puxado pela melhora da confiança dos empresários em relação aos próximos meses, medida pelo Índice de Expectativas, que subiu 6,8 pontos e chegou a 102,2.

Ponta Grossa é um exemplo dessa confiança. No primeiro semestre deste ano mais de 1.400 alvarás de construção foram liberados na cidade, o dobro do ano passado. Considerando o mercado, apesar das dificuldades impostas pelo período, lojas de materiais de construção e construtoras relataram recordes de vendas durante a pandemia.

No caso da Prestes, por exemplo, o primeiro trimestre deste ano foi 15% superior em vendas em relação ao anterior e 80% melhor que o mesmo período de 2020. Segundo o CEO da companhia, Breno Prestes, a construtora estima a produção de 5 mil unidades por ano – só em Ponta Grossa, por exemplo, são cinco empreendimentos em fase de obras, mais um em pré-lançamento e pelo menos outros quatro para serem lançados ao longo dos próximos três anos. 

Para o gerente de executivo de desenvolvimento imobiliário da construtora Prestes, Marcos Carneiro, o aumento da confiança no setor se deve a alguns fatores como a segurança de ter um imóvel, a sua alta valorização e a facilitação do acesso ao crédito.

“A pandemia acabou por devolver o status da segurança de se ter um imóvel, um espaço seguro que é seu, principalmente por conta da necessidade de permanecer mais em casa. Isso é somado à alta valorização que os imóveis estão passando: nós temos alguns, por exemplo, que ainda estão em obras e desde o seu lançamento, há pouco mais de um ano, têm 15%, 20% de valorização. Temos ainda a queda na taxa de juros há algum tempo, já que a Selic vem baixando, e isso vem refletindo nos bancos trazerem as taxas pra baixo e fomenta muito porque fornece abertura de crédito a pessoas com rendas inferiores”, avalia Carneiro.

Novo bairro planejado

Outro exemplo do ‘boom’ imobiliário de Ponta Grossa é o anúncio da construção de um novo bairro planejado na cidade, feito na semana passada. O empreendimento foi idealizado pela construtora Pacaembu e contará com 408 moradias, sendo executado pelo programa Casa Verde e Amarela.

O entorno do Residencial Bem Viver Uvaranas contará com vias asfaltadas, iluminação pública, paisagismo, ciclovia e áreas reservados exclusivamente para a instalação de espaços comerciais – e esta é apenas a primeira etapa do projeto, que envolve a construção de 1.200 imóveis. 

Inflação cai no mês, mas ainda é alta

O Índice Nacional de Custo da Construção-M (INCC-M), também medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), teve inflação de 1,24% em julho deste ano, percentual inferior ao apurado no mês anterior (2,30%). Apesar do resultado, ainda acumula 10,75% no ano e 17,35% em 12 meses.

De junho para julho, houve quedas nas taxas de inflação dos materiais, serviços e mão de obra: os materiais e equipamentos passaram de 1,75% para 1,52%, os serviços recuaram de 1,19% para 0,65% e o índice da mão de obra foi de 2,98% em junho para 1,12% em julho.

Expectativa de alta nacional

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) começou 2021 com expectativa de crescer 4% no ano. Com os desafios decorrentes da pandemia e a continuidade dos aumentos nos custos dos materiais, a previsão foi reduzida para 2,5%, em março, mas agora voltou para 4%, o maior crescimento desde 2013.

O presidente da CBIC, José Carlos Martins, disse que a estratégia do setor para enfrentar a falta ou o custo de matéria-prima para os empresários da construção será “um choque de oferta por meio da importação de produtos”. Ele acrescentou que a demanda consistente por imóvel, as baixas taxas de juros e o incremento do crédito imobiliário vão continuar ao final de 2021 e em 2022. Para Martins, com os juros baixos, a prestação pode até ser inferior a um aluguel. 

“Um ponto em relação à pandemia é que as pessoas ficaram atualmente mais em casa e perceberam a importância da residência e de ficar junto dos familiares. Isso gerou uma demanda enorme por novas moradias, inclusive moradias adequadas para o novo momento que estamos vivendo”, disse Martins.

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