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Candidatos à prefeitura de Ponta Grossa têm diferentes planos para o Mercado Municipal

Aguardada há anos, a obra do novo Mercado Municipal estava prevista para ser entregue ainda em 2018, mas não saiu do papel

(Foto: José Aldinan / Arquivo DC)

Uma obra bastante anunciada e muito aguardada para Ponta Grossa deveria ser entregue neste mês: trata-se do novo Mercado Municipal. Mas, prevista há anos, não avançou.

O projeto do que deveria ser o novo Mercado Municipal é fruto de contrato de concessão firmado entre prefeitura de Ponta Grossa e empresa privada, ainda em 2017. Na proposta inicial, o antigo prédio do Mercado Municipal seria demolido, dando lugar a um novo espaço. A nova estrutura contaria com estacionamento, espaços gastronômicos e lojas de vários segmentos, com investimentos de mais de R$ 70 milhões. Previsto para ser inaugurado em 2018, as obras foram adiadas para 2019. No ano passado, no entanto, a prefeitura de Ponta Grossa reviu o cronograma e decidiu, mais uma vez, estender o prazo para a execução da obra em mais um ano, devendo, assim ser finalizada neste mês.

Mas, o que se vê no local, depois de quase três anos, é que nem mesmo a estrutura antiga foi completamente demolida. Por conta dos atrasos, em julho a prefeitura encaminhou a rescisão do contrato para o endereço informado como sendo da empresa. Após negociação, a concessionária apresentou um valor aceito de caução. Por meio de crédito financeiro, esse valor serviria para cobrir eventuais prejuízos. A prefeitura, por sua vez, aguardava a continuidade dos procedimentos. Ontem, no entanto, ao ser procurada pelo dcmais e Diário dos Campos, a prefeitura informou que vai notificar oficialmente a empresa que ganhou o processo de concessão do Mercado Municipal para que seja realizado o distrato de intenção da construção, com prazo de 20 dias para manifestação após seja notificada.

Por conta das incertezas relacionadas ao espaço, o dcmais e Diário dos Campos buscaram junto aos candidatos à prefeitura de Ponta Grossa – Mabel Canto (PSC), Professor Edson (PT), Marcio Pauliki (SD), Professor Gadini (PSOL) e Professora Elizabeth (PSD) o que planejam para o imóvel, localizado na área central da cidade. Veja o que dizem os candidatos:

DC- Caso seja eleito(a), qual a proposta para o Mercado Municipal? Pretende retomar o projeto que existia para o local, ou destinar o imóvel para outra utilidade? Neste caso, seria mantida a proposta de um Mercado Municipal em outro local, ou o(a) candidato (a) desistiria deste modelo?

Mabel Canto – “Nesse momento delicado que vivemos precisamos agir com responsabilidade e austeridade. Não é hora de propor ideias que não possam sair do papel ou que não caibam no orçamento da Prefeitura. A situação do Mercado Municipal é grave e precisa ser discutida com a população. Precisamos investigar e dar transparência a todo o processo de concessão que foi firmado pela atual administração e a empresa que, além de não cumprir com as suas obrigações, ainda demoliu parte da estrutura histórica do antigo Mercado que seria revitalizada. Sei que a demanda pela construção de um novo Mercado Municipal é grande e estou comprometida em fortalecer e capacitar cada vez mais o comércio e os produtores locais, principalmente para retomada econômica do Município pós pandemia. Porém, acredito que quem deve decidir o futuro do Mercado Municipal é a nossa população. Assim, através de muita discussão e transparência, vamos decidir juntos se retomamos a construção ou se construímos um novo Mercado em outro local”.

Professor Edson – “Quando governamos a cidade com o ex-prefeito Péricles de Holleben Mello, tínhamos um plano de recuperação da estrutura que existia na época. Como isso não é mais possível com a destruição do prédio, é necessário verificar a situação do contrato e a possibilidade de um novo projeto. Não vamos fazer nada apressadamente, mas consultar a população para decidir sobre o uso de uma área muito nobre de nossa cidade. Temos conhecimento que o orçamento não permite a aplicação de recursos na construção de um novo Mercado Municipal, pelo menos no primeiro ano de administração, mas uma parceria público-privada que garanta um amplo espaço público pode ser a solução. Feito isso, em nosso plano definimos que o Mercado Municipal será um espaço de produção e comercialização comunitária, integrando esta importante área central a uma rede de produção e comercialização solidárias”.

Marcio Pauliki – “Entre as minhas principais prioridades está a segurança dos ponta-grossenses. Portanto, nosso propósito é promover a política de coordenação, cooperação e integração entre as forças de segurança municipal e policiais. Para isso, onde hoje está essa obra parada do Mercado Municipal, vamos transformá-lo em uma grande Cidade da Segurança, adequando o lugar para atender diversas forças de segurança. O local terá a sede da Guarda Civil Municipal, agregando todo um sistema integrado através de departamentos da Polícia Militar, Polícia Civil, parte da Polícia Federal e Conselho Tutelar. Já sobre o Mercado Municipal em outro local, haverá sim a possibilidade de pensar em um novo projeto, quem sabe em anexo à Central de Abastecimento de Ponta Grossa, onde podemos ter um mercado de orgânicos e de flores”.

Professor Gadini – “O entulho da destruição do Mercado Municipal, que nunca foi revitalizado, apesar das incontáveis promessas eleitorais, desde 1996, mostra que algumas parcerias com setores privados que esperam lucro fácil viram apenas ilusões em Ponta Grossa. Vamos discutir com a população um projeto para usar o local, de forma simples e economicamente viável, antes que algum gênio da velha política resolva levantar mais uma obra deficitária. Precisamos de espaço para a Feira de Economia Solidária, que vai gerar emprego e renda aos micro, pequenos empreendimentos e associações cooperativadas. O local também pode funcionar, ao mesmo tempo, como espaço de lazer e integração comunitária para atividades culturais da população em parceria com entidades que precisam de espaço na região central da Cidade, mas a prioridade dos últimos prefeitos ficou em promessas com supostos empresários bem sucedidos. Gerar emprego e renda é prioridade da gestão PSOL em PG”.

Professora Elizabeth – “Nosso projeto para o Mercado Municipal é viabilizar a entrega desta grande obra que a população de Ponta Grossa merece: um grande complexo comercial, com estandes para lojas, praça de alimentação e muito mais. Além de garantir a manutenção das ‘origens’ do Mercado Municipal, com área para produtores rurais comercializarem frutas, verduras, legumes e hortifrútis. Queremos garantir a concessão para uma empresa que possa viabilizar o projeto inicial, com mais de 200 lojas, além do espaço para restaurantes com vista panorâmica, boulevard com bistrôs e gastronomia artesanal. Também está previsto um espaço multiuso para eventos, como feiras, congressos, workshops, palestras e apresentações culturais. No próximo ano, pretendemos abrir um novo processo para concessão através da Lei Municipal 12.755, com a efetivação desta grande obra no local original. Acreditamos neste projeto como um grande incentivador do nosso setor turístico e gastronômico”.

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