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Baixo nível de água preocupa moradores na área do Alagados

Moradores e proprietários de imóveis no entorno da Represa de Alagados, nas regiões de Castro, Ponta Grossa e Carambeí, estão preocupados com o nível de água no local. Apesar das chuvas verificadas nas últimas semanas que, na região de Ponta Grossa, significaram 180,6 milímetros de índice pluviométrico – acima da média histórica de 162,3 milímetros – a água não subiu o suficiente para tranquilizar a população.

Albari Pedroso de Oliveira tem uma propriedade na região de Carambeí. Ele foi um dos primeiros a construir imóvel às margens do Alagados, mas a paisagem hoje é totalmente outra. “Minha casa ficava a cerca de 50 metros da água. Agora a água está a cerca de três quilômetros”, disse à reportagem do Diário dos Campos e portal dcmais, nessa terça-feira. A casa dele fica distante cerca de 13 quilômetros da barragem, mas quem está perto também percebe demora na normalização do nível das águas.

Membros do Iate Clube de Ponta Grossa, instituição privada instalada próxima à represa, informaram que vêm questionando a Companhia Paranaense de Energia (Copel) – que administra a vazão das comportas da represa – a respeito do assunto. De acordo com o presidente do Iate Clube, Cássio Rosas Nascimento, a Copel manteve as comportas abertas, sem permitir que o Alagados pudesse encher. E isso pode ser observado através de dados públicos disponibilizados pela Companhia em seu site de monitoramento hidrológico.

“A gente observou que, sempre que chove, parece que vai aumentar o nível. Mas, observando nos dados, eles aumentam o número de água liberada. Isso tem preocupado e incomodado todas as pessoas que moram em Carambeí e Castro, e temos questionado bastante a Copel por meio de ofícios e ouvidoria. Tivemos algumas respostas, mas nada que fosse que explicasse detalhadamente por que é preciso soltar água da represa”, diz.

Sanepar

A reportagem questionou a Sanepar a respeito do assunto, uma vez que 30% do abastecimento de água em Ponta Grossa é proveniente da represa. A assessoria de imprensa garantiu que o nível da represa é considerado normal, tendo cerca de 8,6 metros de profundidade na área de medição.

“O nível é bom, mas por todo o volume de chuvas esperava-se um pouco mais alto. O que temos observado é que as chuvas estão concentradas em Ponta Grossa. E para encher o Alagados precisa chover em Castro e Carambeí, nas cabeceiras. As chuvas não estão homogêneas”, informou a Sanepar.

A reportagem contatou o Simepar para identificar se as chuvas em Ponta Grossa foram em maior quantidade que em Castro e Carambeí, mas o instituto informou não realizar monitoramento de chuvas nesses dois municípios.

Copel

A assessoria de imprensa da Copel informou que o nível da represa subiu cerca de 40 centímetros, indo de 8,38 metros no final de dezembro de 2020 para 8,8 metros no final de janeiro de 2021. Garantiu que não procede a informação de que a companhia esteja abrindo as comportas deliberadamente e de forma injustificada. No entanto, disse não poder dizer se as comportas foram fechadas ou mantidas abertas, porque o ataque cibernético sofrido pela empresa afetou os sistemas.

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