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Associação propõe criar casa de passagem no HU

Basta ficar alguns minutos diante da entrada do Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais (HU), em Ponta Grossa, para notar o grande número de vans e ônibus que entram e saem da área de estacionamento. Pessoas de todas as idades, pacientes e acompanhantes, embarcam ou desembarcam carregando em suas mochilhas uma blusa sobressalente, um pacote de bolachas. Muitas vezes, esses são os itens que ajudarão a suportar a espera de horas, decorrente de uma viagem necessária para o atendimento no hospital.

Elas vêm de diversos municípios da região. Passam por longa viagem de ida, sabendo que haverá outra longa viagem de volta. E, entre um deslocamento e outro, há a espera. Devido ao tempo de viagem, muitos precisam sair de suas casas quando o dia ainda não clareou, junto com outros pacientes que vão a esse e outros hospitais da cidade em busca de um especialista. O atendimento nem sempre é o mais difícil, o problema é esperar o retorno do transporte fornecido pelo governo do estado ou pelo município de origem, sabendo que a chegada em casa só deve ocorrer à noite.

A questão não é ignorada pelo HU. Agora, a associação “Abrace o HU” propõe a criação de uma casa de passagem. A “Casa da Acolhida”, como vem sendo chamada, seria um espaço para pacientes que precisam vir de outras cidades. Atualmente, essas pessoas passam horas no saguão do hospital ou nos bancos do lado de fora. A casa teria poltronas, televisão, banheiro, um local confortável onde uma pessoa pudesse passar o dia de maneira mais confortável.

 

Abrace o HU

A proposta foi exposta em reunião do Conselho Municipal de Saúde no último dia 9, quando também houve a apresentação da associação. A Abrace HU foi criada em março de 2018, tem CNPJ constituído para arrecadar verbas para projetos como o da Casa da Acolhida, mas já realizou diversas atividades para arrecadação de objetos e verbas. A associação se mostra necessária, já que a área de abrangência do HU não se restringe à 3ª Regional de Saúde, mas também a cidades da 4ª e 21ª Regional de Saúde (Irati e Telêmaco Borba). São 161 leitos hospitalares e um grande número de atendimentos.

 

Viagens que cansam

Maria Celi Ferraz, 65 anos, sabe bem a importância que teria a Casa da Acolhida junto ao HU. Ela vem de Jaguariaíva pelo menos uma vez por mês. Sai de casa às 4 horas da madrugada. Chega em Ponta Grossa por volta das 7 horas. Nessa sexta-feira (10), o atendimento ocorreu às 13h30. Depois disso, ela ficou à espera do micro-ônibus, sentado em banco diante do hospital. Deu sorte. O veículo chegou por volta das 15h30. Mas ainda deveria buscar mais pacientes, em outros hospitais, antes de voltar para Jaguariaíva. “Vim consultar o otorrinolaringologista. Não tem especialista na minha cidade. Na minha idade, não queria ficar aqui sentada todo esse tempo”, diz Maria, que conta com a companhia da filha, Franciane, para tornar a viagem menos cansativa.

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